Em determinado momento da comemoração do título da Supercopa SulAmericana, Rafinha e Gabigol lançaram a faísca: cantaram a musiquinha "O Palmeiras não tem mundial". O fogo se espalhou rapidamente e tomou conta da pauta esportiva. A cena foi a primeira provocação aberta de 2020 entre os times que formam hoje a maior rivalidade do futebol brasileiro e que prometem seguir se bicando este ano. Tamanha rivalidade hoje se explica por vários fatores. Com informações do Uol.
Há algum tempo Palmeiras e Flamengo são os times mais poderosos financeiramente do país. Ninguém hoje é capaz de acompanhar a dupla em contratações e salários. Como os dois não tem previsão de medirem forças em campo até o começo do Brasileiro (ou talvez no meio do caminho da Libertadores), a disputa tem sido travada fora dele. Jorge Jesus e Luxemburgo fazem parte disso. O português chegou ao Brasil pondo em xeque todos os treinadores do país. Luxemburgo foi a voz a se levantar e dizer que não deve nada a nenhum estrangeiro, bem a seu estilo.
Ganhou um dos elencos mais recheados do país para fazer frente ao estrangeiro. O confronto entre os dois treinadores, se acontecer, será um dos eventos mais esperados do ano no futebol daqui. O debate sobre Gabriel Jesus ou Gabigol, que entrou em pauta esta semana, nada mais é do que mais um Palmeiras x Flamengo. Quem é melhor? Quem deveria estar na Seleção? De um lado o artilheiro marrento Rubro-Negro. Do outro, o garoto que surgiu no Verdão e já disputou até Copa do Mundo. Na arquibancada, a chapa também é quente. A ira nas redes sociais entre palmeirenses e rubro-negros tem início fora dela. As principais torcidas organizadas dos dois times são inimigas históricas, o que apimenta ainda mais a rivalidade. No caso do Flamengo, há outro aspecto para que hoje o Palmeiras seja seu grande adversário. Enfraquecidos, seus rivais locais Botafogo, Fluminense e Vasco, têm sido meros sparrings.
O Fla conquistou a Taça Guanabara jogando a maior parte do tempo com times reservas. Olhando o cenário neste momento, é difícil encontrar um time que possa entrar nesta briga. Sem dinheiro, o Corinthians tem poder limitado. O São Paulo enfrenta um jejum de títulos e não passa confiança. O Grêmio de Renato já foi devidamente estraçalhado ano passado na semifinal da Libertadores. Quem pode ser a surpresa?
Por Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi