Depois de 12 anos na Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero chegou ao cargo de presidente da CBF na última quinta-feira, após sua cerimônia de posse, realizada no dia 16 de abril. Assumiu de direito o que já tinha de fato, desde o início do ano passado, quando José Maria Marin, seu antecessor, lhe abriu espaço para comandar.
No dia seguinte, sexta-feira, o dirigente deu uma entrevista que durou pouco mais de 50 minutos. Entre uma e outra resposta, Del Nero afirma enxergar um abismo no futebol brasileiro, por causa das receitas dos direitos de televisão recebidas por Flamengo e Corinthians, as maiores da Série A. E revela: vai tentar aumentar a cota dos outros 18 clubes que se sentem prejudicados.
Ele também fala sobre a briga no Rio de Janeiro, da desconfiaça dos torcedores com a CBF, da sua opinião sobre cerveja nos estádios, sobre ligas, relação com a Globo, horários dos jogos, relação com namoradas, salários e comissões, seleção brasileira, Neymar, Dunga, Alexandre Gallo, empresários e mais.
Vocês começaram agora a remunerar presidentes de federações, como foi tomada essa decisão?
Na reunião de diretoria, com o Marin. Na primeira e única que teve na época do Marin.
Você acha isso certo?
Institucionalmente, sim. O ruim é quando você faz remuneração por baixo do pano, escondido. É uma remuneração independente. Isso é institucional.
O presidente de um clube e um diretor de futebol de um time não recebem nenhum salário. Não é estranho a CBF pagar isso para os seus filiados?
Não, não acho estranho. A gente segue um padrão internacional.
Que padrão é esse?
Um padrão internacional. Do mundo do futebol, de todas as confederações do mundo.
E qual é o valor? R$ 11 mil?
Não vou te dar valor, mas é insignificante. É como uma verba de representação.