O Corinthians enfrentará o Millonarios com arquibancadas vazias conforme punição imposta pela Conmebol. Impedidos de entrar no Pacaembu, torcedores se mobilizaram em redes sociais para promover ?invasão? nos arredores do estádio. Esse fluxo concentrado na entrada da praça esportiva causou apreensão por parte dos moradores do bairro e alterará o comércio local.
Até quem atua de forma ilegal se viu prejudicado com o veto da torcida. Vendedores de cartão de estacionamento e flanelinhas projetam faturamento menor. O guardador de carros Flávio acredita que terá faturamento menor com a proibição de torcedores no estádio. Por noite, ele diz faturar em torno de R$ 200. Alguns flanelinhas chegam a faturar R$ 500 em dias de grandes jogos.
Segundo o vendedor, menos pessoas se dirigirão ao Pacaembu após o anúncio da Conmebol. Além disso, os torcedores deverão ocupar espaços antes destinados a veículos nos arredores do estádio.
?Seria melhor se todos pudessem entrar. Com todo mundo aqui fora não vai ter muito carro e vai ter muita gente?, conta o vendedor, que admitiu ter atuado também como flanelinha.
A prática exercida pelos flanelinhas é ilegal. Quando detidos pela polícia, os guardadores são levados à delegacia, mas liberado posteriormente.
Instalada dentro da praça Charles Miller, a banca Pacaembu fechará mais cedo por orientação da Polícia Militar. O grande número de torcedores durante o jogo pode provocar danos na banca.
A torcida uniformizada Gaviões da Fiel anunciou nesta terça-feira que não levará integrantes para o acesso ao estádio Pacaembu.
Inicialmente, foi cogitada a presença de vários membros de organizadas do clube na porta do estádio para apoiar o time, que enfrenta o Millonarios, quarta-feira, às 22h, pela Libertadores, em duelo sem entrada de torcedores no estádio. A Gaviões informou que instalará um telão em sua sede, convocando seus integrantes a comparecer. Membros da Gaviões permanecem detidos na Bolívia.
Integrantes da Pavilhão 9 também estão reclusos, apontados pela polícia boliviana como cúmplices na tragédia que vitimou Kevin Espada, morto após ser atingido por um sinalizador no empate entre San José x Corinthians, em Oruro.
?A banca não funciona em horários de jogos. Mas para essa quarta, vamos fechar 4h antes da partida. Acontece muito de torcedor nos ameaçar quando acaba o cigarro e o troco. Eles xingam e gritam. Não sabemos como será a reação da torcida toda aqui fora?, disse Felipe Henrique, funcionário da banca.
Presidente da associação ?Viva Pacaembu por São Paulo?, o engenheiro Rodrigo Mauro diz ter recebido da Polícia Militar a informação de que o efetivo será reforçado para a partida pela Libertadores.
?Será que serão instalados sanitários na praça? Dentro do estádio tem banheiros, mas como dar conta de milhares de torcedores fora. Nossa preocupação não é apenas com os moradores, mas com a segurança de todos os envolvidos. Esperamos que não haja a depredação de uma área tombada?, destaca o presidente da associação.
São diversas as reclamações feitas por moradores do bairro em dias de grandes jogos. Torcedores urinam nas ruas, brigam a metros de distância do estádio, estacionam veículos de forma irregular e ameaçam moradores.
A baderna, normalmente, sofre uma pausa durante a partida, mas recomeça depois do apito final.
?Diferentemente de outros jogos aqui no Pacaembu, a torcida do Corinthians vai ficar o tempo todo fora do estádio. Vai haver alguma operação da polícia para controlar a torcida??, indaga Iênidis Benfati, moradora.