A presidente Patrícia Amorim autorizou, e o vice de futebol Marcos Braz busca nesta segunda-feira o entendimento final para a manutenção de Andrade no clube em 2010. Inicialmente, houve uma divergência no valor idealizado pelo clube e a proposta do treinador, mas a questão foi internamente discutida e houve consenso de que é necessário mantê-lo.
O clube pensara em um aumento de 120%. Andrade argumentou que, apesar de mais do que dobrado, o salário dele era bem inferior ao de qualquer treinador da Primeira Divisão. Está previsto ainda o pagamento de luvas pela renovação.
- Dar 100% de aumento para quem ganha mil reais, por exemplo, é relativo. Eu pedi alguma coisa justa, até porque estou em início de carreira. Se o Flamengo não renovar comigo, não vai conseguir outro treinador de primeira linha pagando a mesma coisa ? disse o técnico, que tem sondagens do Irã e dos Emirados Árabes.
O discurso ecoou na nova diretoria. Não renovar com o treinador seria um primeiro ato desastroso para o triênio que se inicia. Andrade vive dias de popstar e perdê-lo jogaria pressão demais sobre os ombros da presidente eleita, que toma posse dia 21 de dezembro. Além do mais, o mercado não favorece. Silas, por exemplo, acertou com o Grêmio ganhando 50% a mais do que Andrade pediu para ficar na Gávea.
Campeão brasileiro em apenas seis meses de carreira e eleito o melhor técnico do torneio, ele lembra que chegou a hora do retorno após anos e anos de serviços prestados.
- Pessoas que não têm história alguma no Flamengo foram mais valorizadas. Estou há seis anos no Flamengo e chegou o momento da valorização. Se não for agora, quando será? ? questionou.
Além da ansiedade pessoal, o Andrade quer resolver a questão para planejar o Flamengo 2010. Uma semana após o título, o clube ainda não contratou jogador algum e tem dificuldade para renovar com peças importantes, como Zé Roberto.
- Outros clubes já contrataram e o Flamengo ainda não. Precisamos começar a nos movimentar, porque o mercado está complicado e não tem muitas opções ? analisou.