O presidente e o primeiro-secretário da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada corintiana, saíram feridos de uma briga de torcedores no estacionamento de um supermercado da zona oeste de São Paulo na tarde desta quarta-feira.
Ambos estavam em uma reunião entre torcidas organizadas no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, convocada pelo promotor Paulo Castilho, do Ministério Público do Estado de São Paulo. Foram convocados integrantes de agremiações dos quatro maiores clubes paulistas. Torcedores de Corinthians, São Paulo e Palmeiras estavam presentes – não havia torcedores do Santos.
O presidente da Gaviões, Rodrigo de Azevedo Lopes Fonseca, conhecido como Diguinho, e o primeiro-secretário Cristiano de Morais Souza, o Cris, saíram mais cedo do encontro e, quando estavam perto do carro estacionado no supermercado, foram agredidos pelas costas com barras de ferro por pelo menos três pessoas, que, segundo testemunhas, não trajavam uniformes facções.
Cris teve vários dentes quebrados. Diguinho teve os dois braços quebrados. A Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública confirmaram o confronto. A PM supeita se tratar de um emboscada. Os agressores ainda não foram identificados.
Paulo Castilho diz que o encontro no Fórum foi proposto pelos presidentes das torcidas organizadas e ele, como promotor público teve de recebê-los. Também participaram da reunião os presidentes da Independente, Henrique Gomes, o Baby; da Mancha Alviverde, Anderson Nando Nigro; e da Confederação Nacional das Torcidas Organizadas, além de um juiz de paz, que faz serviço de mediação entre o poder público e as torcidas organizadas.
- Eles queriam conversar com a gente sobre o rigor do poder público. Acham que a polícia e o MP estão exagerando. Basicamente, foi falado que, se a torcida caminhar do lado do bem, terá o apoio do MP. E se caminhar do lado do mal, terá todo o rigor da lei. Eles se mostraram preocupados e com a boa intenção de caminhar para o lado do bem.
Questionado sobre a briga minutos depois do encontro “pelo lado do bem”, Castilho ficou sem reação.
- Olha, o que vou falar? Ficamos perplexos... Mas tem de se apurar o que aconteceu. Parece que o presidente da Gaviões deixou o carro no Wall Mart, e sofreu a emboscada quando foi retirar o veículo.
Castilho também não sabe dizer se foi ataque de uma torcida organizada específica.
- Nenhuma possibilidade pode ser descartada. Não posso dizer se foi a Mancha, se foi a Independente...
A delegada Margarete Barreto, da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), assumiu a investigação do caso.