Primeira mulher a comandar time em São Paulo luta contra machismo

Nilmara é técnica do Mantiqueira

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Aos 20 minutos do primeiro tempo, o time local abre 3 x 0 no placar e não dá chances aos visitantes. É um massacre. Antes da peleja começar, o técnico do Atlético Mogi, Aguinaldo Moreira, goleiro do Santos na época de Pelé, havia sido bem claro: “Não aceito perder para uma mulher”.

A mulher em questão era Nilmara Alves, treinadora do Manthiqueira, a equipe visitante que levava um chocolate no estádio Nogueirão, em Mogi das Cruzes. Assim que o árbitro apita o intervalo, ela reúne o grupo no vestiário e, sem elevar o tom de voz, diz aos jogadores para seguirem fiéis à proposta de jogo e que, apesar do resultado, eles estavam bem. Os gols sofridos, falou, foram acidentes de percurso.

“Fui pro vestiário pensando que a Nilmara daria uma bronca geral, mas a única coisa que ela fez foi trocar o lateral-esquerdo por um atacante”, conta Geraldo Márgelo de Oliveira, dono do Manthiqueira, que, no fim, venceu o Atlético Mogi por 4 x 3. Uma virada épica. Aguinaldo Moreira, o técnico adversário que não aceitava perder para mulher, saiu de campo esbravejando e teve de engolir a seco o “nó tático”.

Hoje, aos 35 anos, Nilmara está em sua quinta temporada consecutiva no comando do Manthiqueira, que disputa a quarta divisão do Campeonato Paulista.

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