Professor defende direito a “vida paralela” como ator pornô; caso está sendo julgado

O painel de especialistas continuará nesta terça-feira a analisar o caso para decidir se e como Garrett será punido

Nas imagens, o professor aparece vestido como bombeiro (esq.) e no julgamento (dir.) | Divulgação
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Um professor que admitiu levar uma "vida dupla" como stripper e ator pornô defendeu seu direito à privacidade para um painel disciplinar na Inglaterra. Benedict Garrett, que usa o codinome Johnny Anglais na indústria pornô, disse que outros professores fumam e bebem até cair e não são julgados por sua conduta.

O caso está sendo julgado no Conselho Geral de Ensino da Inglaterra. Garrett trabalhava como chefe de Educação Pessoal, Social, Econômica e da Saúde na escola secundária Beal High School, em Ilford, nos arredores de Londres. A história dele veio à tona no ano passado, quando alunos viram seu website, no qual ele disponibiliza fotos, vídeos e email de contato para clientes.

Em várias imagens, Johnny Anglais desempenha o que parece ser seu personagem mais bem-sucedido, vestido de bombeiro. Desde que assumiu a sua vida paralela, Garrett tem sido criticado principalmente pelo fato de ensinar, entre outros temas, educação sexual para jovens de 11 e 12 anos.

O professor diz que não se arrepende de ensinar seus alunos a "ter uma mente aberta". Ele já deu declarações afirmando que "há muitas formas mais imorais de ganhar a vida que atuar em frente a uma câmera".

"Advogados defendem pedófilos, banqueiros levantam recursos através de meios questionáveis e grandes corporações frequentemente colocam os lucros antes do meio-ambiente", argumentou.

Confissões

O professor, que continua suspenso, postou no site de compartilhamento de vídeos YouTube uma série intitulada "Confissões de um professor censurado" (em inglês, "Confessions of an X-rated teacher").

O astro pornô tem dado entrevistas a rádios, TVs e jornais. Brinca com seu nome, (Benedict, ou bento, "um nome perfeitamente católico") e diz que ganha 300 libras, ou mais de R$ 800, por aparição ("metade do que ganham as mulheres").

Para o professor que apresentou as acusações durante a audiência de Garrett no Conselho de Educação inglês, entretanto, os argumentos não convencem.

"Realizar trabalhos de natureza pornográfica mina a confiança pública e a reputação da profissão e da escola", afirmou o especialista. Garrett admitiu as acusações, mas sustentou que elas não constituem nenhum desabono à sua competência profissional.

Ao deixar a sede do Conselho onde seu caso está sendo julgado, ele falou à imprensa britânica. "Professores do norte ao sul do país bebem e fumam, mas o fato de você concordar ou discordar não os impede de serem incríveis na sala de aula."

O painel de especialistas continuará nesta terça-feira a analisar o caso para decidir se e como Garrett será punido

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