Com as eliminações precoces de Argentina e Brasil, o Uruguai passou a ser o grande protagonista da Copa América. E nesta terça-feira, em La Plata, a Celeste tenta mostrar diante da seleção peruana que a boa campanha no último Mundial, quando ficou em quarto lugar, não foi à toa.
No entanto, os uruguaios tentam evitar esse rótulo de favoritos a todo custo. Mesmo sabendo que, desde 1995, ocasião na qual sediou e conquistou a Copa América pela última vez ? com vitória sobre a Seleção -, o caneco nunca esteve tão perto.
Hoje em dia estamos vendo que a história não pesa. Sabemos que vai ser complicado. Temos que jogar e fazer o melhor possível para vencer a partida ? disse o atacante Forlán, que tenta levar o Uruguai à hegemonia de títulos na América do Sul (a seleção tem 14 conquistas assim como a Argentina).
Álvaro Pereira repete o discurso da principal estrela do time. O meia ressalta que o fato dos uruguaios terem eliminado os argentinos nas quartas de final, no último sábado, não os tornam superiores aos peruanos. E cita a queda da Seleção Brasileira diante do Paraguai como exemplo.
- Hoje, uma partida não se ganha com nome. Só ver o que aconteceu com o Brasil - afirmou o atleta, lembrando também que, na primeira fase da Copa América, o Uruguai suou a camisa para empatar por 1 a 1 com os peruanos em San Juan.
Para a partida diante dos peruanos, cujos números do confronto dão ampla vantagem à Celeste (31 vitórias contra 16 do rival), o técnico Oscar Tábarez não confirmou os titulares. Eguren e Gargano disputam a vaga de Diego Pérez, expulso diante dos hermanos. Na zaga, o cruzeirense Victorino, machucado, dever dar lugar a Coates.
Coadjuvantes, peruanos apostam em... uruguaios
Depois de conseguirem a classificação a uma semifinal de Copa América após 14 anos de ausência, os peruanos, que bateram a Colômbia nas quartas com um 2 a 0 na prorrogação, querem ir mais longe. Para isso, contam com uma comissão técnica uruguaia. O técnico é Sergio Markarián que, quando comandava o Paraguai, nunca perdeu para a seleção do seu país. E o seu auxiliar é ninguém mais, ninguém menos do que Bengoechea, ex-jogador da Celeste que, em 1995, fez um gol na final da Copa América diante do Brasil (empate de 1 a 1 no tempo normal e triunfo uruguaio nos pênaltis).
Com dois profundos conhecedores do rival, o Peru espera voltar ao cenário do futebol sul-americano em grande estilo e repetir as campanhas de 1939 e 1975, quando ficou com o título do campeonato. Na primeira, curiosamente, o troféu veio após uma decisão diante do Uruguai.
- Sabemos que temos uma partida difícil pela frente. Mas podemos fazer história. Temos bons atacantes e somos consistentes na defesa. Não viemos com o status de protagonistas, mas sabíamos que poderíamos fazer um bom campeonato e agora podemos chegar à final - comentou o defensor Revoredo.
O último treino do Peru antes da decisão com o Uruguai foi inusitado. Por causa da chuva que atingiu Buenos Aires durante toda a segunda-feira, o treinador, ciente de que o campo do San Lorenzo, programado para receber a equipe, não estava nas suas melhores condições, optou por preservar os jogadores. Assim, os atletas peruanos fizeram apenas uma atividade em um espaço do hotel onde estão hospedados na capital argentina.