Psicanalista diz que atacante brasileiro Adriano se sente fracassado com o sucesso

Há pessoas que não suportam o sucesso, porque sentem que estão traindo sua família

Psicanalista fala sobre situação de Adriano | Globo Esporte
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Psicólogos e psicanalistas dizem que o atacante Adriano tem dificuldade em lidar com o sucesso. Na semana passada, ele não se apresentou ao Inter de Milão depois do jogo da seleção e passou três dias na Vila Cruzeiro, favela onde foi criado, no subúrbio do Rio de Janeiro. Segundo especialistas, a volta às origens seria uma forma de retomar o anonimato e a vida pessoal.

- Ele se sente fracassado com o sucesso. Está claro que ele quer voltar às origens. Ele não quer a vida que o esporte dá para ele. Parece que ele não se sente bem como Imperador e se sente forçado a ter que fazer esse papel. Agora está se destruindo. Ele está doente e precisa de ajuda ? afirmou o psicanalista Alberto Goldin ao GLOBOESPORTE.COM.

Para o psicanalista, há pessoas que não suportam o sucesso, porque sentem que estão traindo sua família, sua classe. Ademir Pacelli, psicólogo e professor de psicopatologia da Uerj, concorda que a culpa é comum em pessoas que ascendem de posição social rapidamente.

- A conquista envolve uma culpabilidade muito grande em relação ao que está se deixando, ele se sente rompendo com a origem - observou Pacelli.

De acordo com a ex-namorada Joana Machado, Adriano só se sente livre na Vila Cruzeiro, ressaltando que o problema dele é o álcool. Para Goldin, a bebida potencializa os distúrbios, piorando a situação psicológica do atleta:

O álcool pode ser o fator secundário, mas não combina esportista com álcool e drogas. Ele potencializa os distúrbios e só piora a situação dele. As noitadas são uma forma de fugir da solidão. Mas se a pessoa tem um quadro depressivo piora. O álcool é uma tentativa de escapar e apagar as culpas ? acrescentou Paccelli.

Paulo Ribeiro, psicólogo do Flamengo, que conheceu Adriano ainda garoto, nas categorias de base clube carioca, prefere não falar sobre a situação do jogador, sem ter falado com ele.

- É uma questão de ter vivido as origens e sentir falta do anonimato, porque perdeu um pouco da sua vida pessoal ? comentou Ribeiro sobre a ida do jogador à favela.

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