A ginasta Rebeca Andrade foi reconhecida como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo em 2024 pela BBC, ao lado de outras duas brasileiras: Lourdes Barreto, ativista pelos direitos das prostitutas, e Silvana Santos, bióloga. Entre os destaques que justificaram a inclusão de Rebeca na lista estão suas conquistas nos Jogos Olímpicos de Paris, onde se tornou a maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis pódios — dois ouros, três pratas e um bronze.
Figuras internacionais
A relação inclui figuras globais, como a iraquiana Nadia Murad, ganhadora do Nobel da Paz, e a atriz norte-americana Sharon Stone, conhecida por seu trabalho humanitário em prol de pessoas com HIV.
Superação
A edição de 2024 da lista enfatizou histórias de resiliência, e a trajetória de Rebeca reflete superação em diversos aspectos. Nascida em Guarulhos, periferia de São Paulo, a ginasta enfrentou uma infância marcada por dificuldades financeiras. Criada por uma mãe solo que trabalhava como faxineira para sustentar sete filhos, Rebeca percorria longas distâncias a pé para treinar ginástica. Além disso, superou três cirurgias graves no joelho ao longo de sua carreira, desafios que poderiam ter encerrado sua trajetória no esporte.
Respeito e reconhecimento
O reconhecimento internacional foi impulsionado pelo respeito que Rebeca conquistou entre suas pares. Nos Jogos de Paris, as norte-americanas Simone Biles e Jordan Chiles reverenciaram a brasileira no pódio após sua medalha de ouro no solo. Além disso, Rebeca tem valorizado o uso da psicologia no esporte como uma ferramenta essencial para alcançar o alto desempenho, tanto pessoal quanto coletivo. "Ser resiliente está relacionado à forma como lidamos com as coisas e a ajudar minhas colegas de equipe a ver o lado bom mesmo quando as coisas estão muito ruins", disse ela em depoimento à BBC.
Atletas
Além de Rebeca, outras atletas integraram a lista da BBC, como Allyson Felix (corredora dos EUA), Kim Yeji (atiradora da Coreia do Sul) e Zakia Khudadadi (atleta paralímpica de taekwondo do Afeganistão), a primeira refugiada a conquistar uma medalha olímpica. A lista também incluiu Zhiying [Tania] Zeng (mesatenista do Chile), que estreou na Olimpíada aos 58 anos, e atletas que superaram violência doméstica, como Joan Chelimo Mellye (corredora Quênia/Romênia) e Tacy Otto (arqueira paralímpica dos EUA).
História
Rebeca, que tem 25 anos, tornou-se uma referência não apenas por suas conquistas esportivas, mas por sua capacidade de inspirar novas gerações. Sua história reforça o impacto de políticas públicas que promovem o acesso ao esporte em regiões periféricas e evidencia a importância de oferecer suporte psicológico aos atletas. A inclusão na lista da BBC solidifica sua posição como um dos maiores nomes do esporte brasileiro.
Declaração
"Ser resiliente está relacionado à forma como lidamos com as coisas que acontecem com a gente, e a ajudar minhas colegas de equipe a ver o lado bom mesmo quando as coisas estão muito ruins", disse a medalhista.
Prêmio Brasil Olímpico
No próximo dia 11 de dezembro, Rebeca Andrade poderá conquistar mais um feito: o Prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta do ano entre as mulheres, pelo quarto ano consecutivo. Ela concorre ao Troféu Rei Pelé com a judoca Beatriz Souza, medalhista de ouro nos Jogos de Paris, e com a canoísta Ana Sátila, que alcançou a quarta colocação no K1. Independentemente do resultado, Rebeca já deixou um legado indelével no esporte e na sociedade brasileira. (Com informações da Agência Brasil)