O Flamengo continua sem o desejado camisa 10. No penúltimo dia da janela para contratar jogadores que estão no exterior, o meia Riquelme recusou a proposta do clube. E a justificativa dada pelo argentino, de acordo com o diretor de futebol rubro-negro, Zinho, foi a má atuação da equipe na derrota por 3 a 0 para o Corinthians, nesta quarta-feira, no Engenhão. Segundo o dirigente, Riquelme ficou assustado com o que viu em campo e na arquibancada. Antes da confirmação de Zinho, a negativa de Riquelme foi publicada no blog Primeira Mão.
- Foram palavras do Riquelme, que o problema não foi financeiro, mas sim futebolístico. Ele falou que nossa proposta foi excelente, mas que assistiu ao jogo contra o Corinthians e ficou assustado com a atuação do time e as cobranças, a pressão da torcida. Queríamos um ano e meio de contrato. Ele pediu dois, e nós aceitamos. Ele queria receber "limpo", aceitamos. Pediu garantia de receber em dia, e nós conseguimos. Não foi problema financeiro. Ele deve acertar com outro clube, mas não será por dinheiro - explicou o diretor de futebol, que lamentou o fracasso na negociação e revelou ter dormido apenas três horas nesta quinta-feira (das 5h às 8h) para tentar fechar a contratação.
Não foi problema financeiro. Ele deve acertar com outro clube, mas não será por dinheiro"
Zinho
Assim que recebeu a recusa de Riquelme, Zinho telefonou para a presidente do clube, Patricia Amorim, que se mostrou desnorteada com o fracasso da negociação e tentou argumentar, dizendo até que o clube poderia abrir o cofre e aumentar a oferta.
- Patricia, você quer que eu faça o quê? O cara não quer vir. Não adianta dar mais dinheiro - disse Zinho durante a conversa telefônica.
Além da questão técnica, a chegada de um camisa 10 serviria também como trunfo político da presidente. Desde a saída conturbada de Ronaldinho Gaúcho, Patricia Amorim tenta dar uma resposta tentando trazer um jogador de nome. A dirigente se aproximou do futebol nos últimos dias, alimentou esperança mas acabou por amargar mais um ?não?.
Zinho se recusou a falar sobre a situação do técnico Joel Santana, mas também comentou a polêmica com o vice-presidente de finanças Michel Levy durante a negociação com Riquelme. Levy não participou, uma vez que está na Patagônia com o filho.
- Houve uma polêmica com o vice de finanças porque eu estava negociando com o meu jogador, mas, como no Flamengo é impossível negociar sem que as coisas vazem... A primeira opção era o Diego, mas haveria novas possibilidades. Eu não falava da minha boca, parecia que não queria o Riquelme. Belíssimo jogador, nome maravilhoso, mas infelizmente não virá. Tive resposta via empresário dele, o Román elogiando, agradecendo o esforço que o Flamengo fez.
O Flamengo se comprometeu a pagar R$ 500 mil mensais de salário ao jogador e deu garantias de que faria o pagamento.
Antes de conversar com Riquelme, que anunciou sua saída do Boca Juniors no dia da derrota para o Corinthians na final da Libertadores, o Flamengo negociou com Diego, mas o Wolfsburg não aceitou a proposta do clube. A janela para contratar jogadores que atuam no exterior fecha nesta sexta-feira.