O São Paulo está eliminado da Copa Libertadores da América de 2020. A equipe perdeu por 2 a 1 para o River Plate, na Argentina, na noite desta quarta-feira, e não terá mais chances de classificação para a próxima fase na rodada final do Grupo D. Mais uma queda do time que vem acumulando vexames nos últimos anos.
Como consolo, o São Paulo vai brigar na última rodada por uma vaga na Copa Sul-Americana. No dia 20 de outubro, o time recebe o Binacional, no Morumbi, e só não pode perder para assegurar o lugar no torneio. Na Libertadores, LDU e River Plate avançam para as oitavas de final.
Time brasileiro mais vencedor da Libertadores, com três títulos, ao lado de Santos e Grêmio, o São Paulo vê seus tempos de glórias cada vez mais distantes. Em 20 edições disputadas do torneio, é a quarta vez que a equipe não avança da fase de grupos - as outras haviam sido em 1978, 1982 e 1987. A pior campanha foi no ano passado, quando caiu para o modesto Talleres ainda na segunda fase preliminar.
Neste ano, o São Paulo começou a se complicar logo na estreia. O time teve chances de golear o Binacional, mas levou a virada por 2 a 1 em Juliaca, cidade do Peru com altitude de 3.800 metros acima do nível do mar. Após a pandemia do coronavírus, Juliaca não pôde mais receber jogos, facilitando a vida de LDU e River Plate, que venceram o adversário em Lima.
Já a segunda rodada deu ânimo ao São Paulo: vitória imponente por 3 a 0 em cima a LDU, no Morumbi, com atuação que é apontada como a melhor do time em um ano sob o comando de Fernando Diniz. Mas aí veio a pandemia, e na volta da competição o São Paulo empatou por 2 a 2 com o River. Na sequência, perdeu por 4 a 2 para a LDU e passou a depender de um "milagre", que não aconteceu.
O São Paulo teve atuação digna nesta quarta-feira contra o River, mas não foi suficiente para ao menos empatar e seguir com um fio de esperança para a última rodada. No Estádio Libertadores de América, em Avellaneda, o time argentino mostrou como é mais fácil jogar quando se tem uma base construída das temporadas passadas e o comando do competente técnico Marcelo Gallardo desde o meio de 2014. Isso que o River ficou mais de seis meses sem jogar (de março a setembro) por causa da pandemia e não pôde atuar no Monumental de Nuñez, seu estádio em Buenos Aires que passa por reforma.
O entrosamento e a organização fizeram a diferença logo no começo da partida. Em poucos toques rápidos, a bola chegou para Julián Álvarez abrir o placar aos 10 minutos. O River quase ampliou na sequência, mas Tiago Volpi defendeu o chute de Nacho Fernandez. O segundo gol do time argentino parecia ser questão de tempo, mas o São Paulo entrou no jogo e chegou ao empate aos 25, com Diego Costa, que aproveitou escanteio cobrado por Reinaldo.
Surpreendentemente, o São Paulo até era um pouco melhor do que o River na segunda metade do primeiro tempo. Mas os argentinos voltaram a mostrar como jogam de forma fácil. Em contra-ataque, Suárez fez boa jogada individual pela esquerda e rolou para Julián Álvarez marcar, aos 36, seu segundo gol na partida.
Para o segundo tempo, Fernando Diniz colocou Brenner no lugar de Hernanes. O time ficava mais com a bola e rondava a intermediária, mas o River era mais perigoso nos contra-ataques. O São Paulo novamente sentiu falta de Luciano, artilheiro da equipe no Brasileirão, com cinco gols - ele não atuou pela equipe na Libertadores devido à punição de três jogos causada pela confusão no clássico entre Grêmio e Inter, quando defendia o Tricolor gaúcho no primeiro semestre.
Fernando Diniz também não teve Gabriel Sara, que se recupera de gastroenterocolite aguda, uma inflamação gastrointestinal. Hernanes foi o escolhido para atuar no meio de campo, mas pouco fez. O treinador ainda optou pela volta de Juanfran na lateral-direita no lugar de Igor Vinícius. Tanto o espanhol quanto Reinaldo, na outra ponta, sofreram na marcação.
No fim do jogo, Paulinho Bóia e Tréllez entraram para pressionar em busca do empate. E o São Paulo perdeu chance incrível aos 39: Tchê Tchê cruzou, Brenner pegou de primeira e Armani fez grande defesa; na sobra, Tréllez chutou e a bola desviou em Pinola e saiu para escanteio. Foi a chance final da equipe tricolor, que ainda teve Toró nos minutos finais.
Com a eliminação, Fernando Diniz vê a pressão aumentar. Alvo de diversos protestos de torcedores, o treinador vem sendo bancado pela diretoria até agora.
FICHA TÉCNICA
RIVER PLATE 2 X 1 SÃO PAULO
River Plate: Armani; Montiel, Martínez Quarta, Pinola e Casco; Enzo Pérez (Ponzio), De la Cruz e Nacho Fernández (Cristian Ferreira); Julián Álvarez (Paulo Díaz), Suárez e Borré (Lucas Pratto). Técnico: Marcelo Gallardo.
São Paulo: Volpi; Juanfran, Diego Costa, Léo e Reinaldo; Tchê Tchê (Toró), Daniel Alves, Hernanes (Brenner) e Igor Gomes; Vitor Bueno (Paulinho Bóia) e Pablo (Tréllez). Técnico: Fernando Diniz.
Gols: Julián Álvarez, aos 10, Diego, aos 25, e Julián Álvarez, aos 36 do primeiro tempo.
Cartões amarelos: Suárez, Enzo Pérez, Daniel Alves, Diego, Vitor Bueno, Juanfran, Casco.
Juiz: Cristian Garay (CHI).
Local: Estádio Libertadores de América, em Avellaneda.