Em passagem que durou mais de dois anos e foi encerrada nessa terça-feira com a rescisão de seu contrato que só terminaria em dezembro, o meia Roger, de 33 anos, crê que deixou uma impressão positiva no Cruzeiro, apesar das polêmicas em que se envolveu e das quais não se arrepende.
?Faria tudo igual novamente, situações complicadas todo mundo passa e tem que saber ultrapassá-las. A vida não é só de reta, passamos por curvas e temos que ultrapassá-las?, observou Roger, que disputou 99 partidas, marcou 12 gols e foi campeão mineiro em 2011 pelo clube celeste.
Depois de passagem pelo futebol árabe, Roger chegou ao Cruzeiro no início de 2010. Na estreia contra o Atlético-MG, pela primeira fase do Campeonato Mineiro, o meia entrou no segundo tempo e marcou um dos gols da vitória por 3 a 1. Na comemoração, ele tirou a cabeça da fantasia do Raposão, mascote do clube, e levou um ?puxão de orelha? da diretoria.
O jogador ainda fez parte do grupo vice-campeão brasileiro daquele ano, sendo decisivo na reta final da competição. Porém, conviveu com polêmicas e expulsões em partidas decisivas da equipe. Mesmo assim, Roger acredita que tenha conquistado o apoio de maior parte da torcida.
?Cada jogo foi incrível. Tenho certeza que essa parte da torcida que contesta é pequena, é difícil agradar 100% das pessoas. Saio feliz, com lembranças da parte que me abraça, que é perto da totalidade?, afirmou o meia.
Em janeiro de 2011, no começo da temporada, Roger envolveu-se num imbróglio com o armador Gilberto. O agora ex-jogador celeste disse publicamente que o então técnico Cuca deveria abrir disputa por posição, citando o concorrente da posição, que não gostou da declaração. O ex-treinador celeste também disse que o meia não ganharia a posição no grito.
Roger também sofreu com críticas sobre suas expulsões em partidas decisivas. Em 2011, pelas oitavas de final da Libertadores, o jogador foi expulso ainda no primeiro tempo da partida contra o Once Caldas, em que o Cruzeiro acabou eliminado. Este ano, o fato se repetiu nas oitavas da Copa do Brasil, diante do Atlético-PR. Nas duas ocasiões, o armador foi multado.
O meia também teve problemas familiares, enquanto atuou em Belo Horizonte. Casado com a atriz global Deborah Secco, o jogador viveu uma crise de relacionamento com a mulher, que chegou a deixar o apartamento do casal na capital mineira. Porém, os dois se reconciliaram e voltaram a morar juntos. Durante sua passagem, o atleta cursou jornalismo em um faculdade, mas teve dificuldades por causa da rotina no Cruzeiro.
Durante o Campeonato Mineiro deste ano, Roger voltou a protagonizar nova polêmica. No clássico com o Atlético-MG, que terminou empatado em 2 a 2 na primeira fase da competição, o meia acertou uma cotovelada por trás em Danilinho e recebeu o cartão amarelo. Mesmo assim, ele foi julgado e acabou punido com quatro jogos de suspensão pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-MG). Porém, o Cruzeiro recorreu e conseguiu anular o julgamento.
A decisão de rescindir contrato com o jogador partiu da diretoria do Cruzeiro, que já havia informado sobre sua decisão há um mês para Roger, que tinha contrato até o final do ano. O jogador preferiu deixar o clube no meio do ano e buscar um novo clube.
?É difícil falar sobre o futuro, o que vai acontecer. Não tem como a gente fazer projeções, principalmente em cima de resultados. Nós achamos que tivemos a melhor situação, seria difícil conviver sabendo que teria um fim na frente. Agradecer ao ex-presidente, Zezé Perrella, que tornou o sonho possível. Deixo as portas abertas e continuo com muitos amigos aqui?, ressaltou Roger, que garante já ter sido sondado por clubes brasileiros.