Ronaldinho Gaúcho foi derrotado por 2 a 1 na partida contra o Flamengo na última quarta-feira, no Engenhão, mas não teve maiores motivos para lamentar sua passagem pelo Rio de Janeiro nesta semana. Após ameaças de protestos e manifestações dos rubro-negros em função da saída conturbada do clube, o jogador do Atlético-MG celebrou a paz durante o reencontro com o time da Gávea.
O único impasse ocorreu momentos após a partida. Ainda no vestiário, o camisa 49 tentava a liberação de diretoria e comissão técnica para passar a noite fora do hotel que serviu de concentração e participar de uma festa previamente marcada em sua mansão na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. A indefinição gerou até mesmo um atraso na saída do ônibus da delegação do time mineiro do Engenhão, o que só ocorreu após quase 1h30 do apito final do árbitro em campo.
Enquanto o jogador aguardava uma definição, seguranças particulares e amigos se movimentavam no saguão do Engenhão para saber se a festa contaria com a participação de sua maior estrela. Até mesmo Jô, fiel companheiro de Ronaldinho, mostrava preocupação com o caso
"Estamos seguindo para o hotel e ainda não sabemos qual vai ser o esquema. Se formos liberados, te aviso", disse o atacante a um amigo que aguardava a dupla atleticana.
Amigos, colegas e meninas que costumavam participar das festas organizadas por Ronaldinho durante sua passagem pelo Flamengo já estavam avisados do evento desde o início da quarta-feira. Até mesmo o grupo "Trio Ternura" e o cantor Seu Jorge estavam convidados para prestigiar e animar a ocasião.
A saída de Ronaldinho, no entanto, não foi oficialmente autorizada pelo Atlético-MG. "Vamos todos para o hotel. Não tem ninguém liberado", disse o técnico Cuca, rapidamente, enquanto deixava o Engenhão.
Funcionários do hotel que o jogador está hospedado junto com a delegação mineira, em Copacabana, também garantiram que o jogador não deixou o local após chegar no ônibus após a partida. "Eles jantaram rapidamente e seguiram para os quartos. Ninguém saiu", disse um dos seguranças.
Beijos e carinho no Engenhão
A dificuldade em conseguir participar da festa, no entanto, não deve ter tirado o humor de Ronaldinho. O jogador estava preocupado mesmo era com a recepção hostil e possivelmente violenta no Rio, o que acabou não acontecendo.
Membros do staff do gaúcho avaliaram de maneira positiva a passagem do craque pela capital carioca. O jogador distribuiu beijos em antigos companheiros durante o jogo no Engenhão e ainda recebeu muito carinho de funcionários do Flamengo que fizeram questão de aguardar sua saída.
"No Rio foi tranquilo. Difícil mesmo é quando ele vai a Porto Alegre, onde não tem nenhum tipo de respeito e carinho com o jogador", disse um segurança que o acompanhava.
O craque, inclusive, deixou o estádio de maneira tranquila. Em outras oportunidades, ainda atuando pelo Flamengo, Ronaldinho havia sido alvo de torcedores e sempre precisava da ajuda da Polícia Militar para se deslocar até a própria casa.
Na noite de terça-feira, durante o desembarque, a situação já tinha se mostrado da tranquila. Apesar do forte esquema armado pela Polícia do Rio de Janeiro, o jogador não foi alvo de nenhuma manifestação e só foi interrompido no caminho até o hotel por um grupo de mulheres que solicitava fotos e autógrafos.
E nesta quinta-feira, mesmo sem festa durante a madrugada, a situação deverá se manter em paz. O jogador embarca com a delegação do Atlético-MG para São Paulo no início da tarde. Na capital paulista, no sábado, a equipe enfrenta a Portuguesa pela sequência do Campeonato Brasileiro.