A individualidade brasileira fez a diferença no Estádio Corona, em Torreón. Em amistoso disputado nesta terça-feira contra o México, a equipe comandada por Mano Menezes sofreu, mas venceu os donos da casa pelo placar de 2 a 1, de virada, graças à habilidade, técnica e precisão de Ronaldinho e Marcelo. Com um gol de falta do flamenguista e um golaço do lateral do Real Madrid, o time verde-amarelo embalou o terceiro triunfo seguido e igualou a melhor sequência da Era Mano.
David Luiz marcou um gol contra logo no início e "prejudicou" o andamento do confronto. O zagueiro cortou errado um cruzamento de Barrera e enganou Jefferson. Não foi o único erro infantil do Brasil. No final do primeiro tempo, Daniel Alves foi inocente ao derrubar Chicharito na área e acabou expulso de campo. Jefferson defendeu o pênalti batido por Guardado e evitou que a partida acabasse ali.
Mesmo com um jogador a menos, a equipe pentacampeã mundial buscou o resultado no segundo tempo. Sumido durante a maior parte do jogo, Ronaldinho cobrou falta com maestria e igualou o marcador, quebrando um jejum incômodo de quase quatro anos. A última vez que o jogador marcara com a camisa amarela havia sido em 18 de outubro de 2007, na goleada por 5 a 0 sobre o Equador, no Maracanã, em duelo pelas Eliminatórias para o Mundial da África do Sul.
Entretanto, aos 38min, Marcelo, um dos principais atletas em campo, protagonizou o melhor momento da Seleção Brasileira na partida. Em jogada individual, o lateral esquerdo do Real Madrid, que recentemente se reconciliou com Mano Menezes e retornou à equipe depois de um "castigo" por conta de uma dispensa mal justificada, marcou um golaço e definiu o resultado.
Com a vitória, Mano minimizou o retrospecto ruim diante de adversários um pouco mais tradicionais. A Seleção já havia sido derrotada por Argentina, França e Alemanha. Na vitória mais convincente, mês passado, argentinos e brasileiros contavam apenas jogadores do país no 2 a 0 em Belém. Agora, diante de um dos principais algozes dos últimos anos, o time verde-amarelo consegue embalar o terceiro triunfo seguido.
Tais números igualam o melhor desempenho de Mano à frente da Seleção. No início do trabalho do ex-técnico corintiano, a equipe venceu os Estados Unidos por 2 a 0, com grande exibição de Neymar e Paulo Henrique Ganso. Em seguida, o time bateu o Irã por 3 a 0 e a Ucrânia por 2 a 0, contando com ótimas atuações de Daniel Alves e Alexandre Pato.
Além disso, o Brasil minou o sofrimento com o histórico recente diante do México. Nas últimas oito partidas, foram três derrotas, dois empates e três vitórias.
O próximo adversário é inexpressivo. No dia 10 de novembro, a Seleção enfrenta o Gabão em Libreville, capital do país africano, que ocupa a 67ª posição no ranking da Fifa - o Brasil é 7º.
Erros infantis do Brasil favorecem México; Daniel Alves é expulso
Antes de a bola rolar, uma homenagem foi feita ao goleiro Oswaldo Sanchez, que alcançou o jogo de número 100 e se despediu da seleção mexicana no amistoso. O atleta era o único titular que defende o Santos Laguna, time de Torreón que atua no estádio.
O novo esquema tático de Mano Menezes não deu certo. Com Hulk no lugar de Fred, faltou um centroavante enfiado na área. Além disso, Neymar e Lucas começaram batendo cabeça e o Brasil errando muitos passes.
O México, carrasco brasileiro na última década, não se intimidou e começou pressionando empurrado pela torcida que lotou a arena. E aos 10min, a equipe tricolor saiu na frente. Barrera cruzou da direita e David Luiz desviou contra a própria meta, enganando Jefferson. Gol contra.
Mas aos poucos, a Seleção foi se encontrando em campo e equilibrando a partida. Aos 16min, Neymar tocou para Hulk, recebeu de calcanhar e mandou por cima. Os dois atacantes se revezavam pelos lados do ataque, confundindo a marcação.
Ronaldinho e Daniel Alves também tiveram chances em faltas perigosas. Mas foi o experiente lateral brasileiro, que num pênalti infantil em Chicharito Hernández, quase colocou tudo a perder. Daniel foi expulso aos 43min. Mas sorte do Brasil que Jefferson defendeu a cobrança de Guardado.
Com um a menos, Brasil brilha individualmente e vence
Com uma lacuna a ser preenchida na lateral direita da equipe, Mano Menezes precisou improvisar. Sem Daniel Alves, o treinador da Seleção acabou obrigado a sacar um homem de frente para recompor o setor. E o comandante do time pentacampeão mundial novamente optou pelo são-paulino Lucas, colocando em campo o ala esquerdo Adriano, do Barcelona.
A falta de um jogador prejudicou a armação ofensiva brasileira. O desfalque do meia-atacante são-paulino acabou prejudicando o posicionamento de Neymar no restante da partida. O santista deixou o setor ofensivo e recuou demasiadamente para procurar jogo; situação que isolou Hulk no ataque.
Sem opções para pressionar os donos da casa, o Brasil buscou outro recurso para dominar o jogo: pressionar a arbitragem. Irritados, os jogadores do time de Mano Menezes sofreram com algumas jogadas mais ríspidas dos adversários. E, justamente em uma infração, a equipe visitante quase empatou. Aos 19min, Ronaldinho bateu falta e exigiu boa defesa de Sánchez.
Entretanto, o meia flamenguista não falhou na segunda oportunidade. Aos 34min, Ronaldinho cobrou falta forte, no ângulo, e venceu Sánchez. Porém, o principal momento da Seleção acabou ocorrendo quatro minutos depois: Marcelo passou sozinho pela defesa adversária e finalizou forte para dar a vitória à equipe pentacampeã mundial.
FICHA TÉCNICA
MÉXICO 1 x 2 BRASIL
Gols
MÉXICO: David Luiz (contra), aos 10min do 1º tempo
BRASIL: Ronaldinho, aos 34min do 2º tempo; e Marcelo, aos 38min do 2º tempo
MÉXICO: Sánchez (Talavera); Nilo (Moreno), Rafa Márquez, Rodriguez e Salcido; Castro, Juárez (Pérez), Guardado e Barrera (Andrade); Giovanni dos Santos (Peralta) e Hernández.
Técnico: José Manuel de la Torre.
BRASIL: Jefferson; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Lucas Leiva, Fernandinho e Ronaldinho Gaúcho (Hernanes); Lucas (Adriano), Hulk (Jonas) e Neymar (Elias).
Técnico: Mano Menezes.
Cartões Amarelos
MÉXICO: Rafa Márquez, Hernández, Juárez, Salcido e Nilo
BRASIL: Daniel Alves e Lucas Leiva
Cartões Vermelhos
BRASIL: Daniel Alves
Árbitro
Marlon Mejía (El Salvador)
Local
Estádio Corona, em Torreón (México)