O "tiro de canhão" preparado pelo Flamengo é apenas mais uma batalha da guerra que parece não ter fim entre o clube e Ronaldinho Gaúcho. Em silêncio, ao contrário do rubro-negro, os advogados do jogador planejam entrar com pelo menos mais duas ações contra o time carioca. Somados aos R$ 40 milhões do primeiro processo, o staff do jogador cobrará até R$ 100 milhões por danos morais em função dos últimos "ataques" sofridos pelo craque.
Responsáveis pela defesa de Ronaldinho, os advogados Aldo Giovani Kurle e Gislaine Nunes irão se reunir nos próximos dias com Assis, irmão e empresário de Gaúcho, para definir os últimos detalhes das ações que devem ser distribuídas já na próxima semana.
Aldo Giovani não quis falar em números até para não antecipar qualquer chance de defesa do Flamengo, mas explicou os altos valores que serão cobrados pelo "time" de Ronaldinho após uma sequência de denúncias do clube contra o jogador. Segundo o advogado, todas elas sem provas.
"Queremos preservar a imagem do Ronaldo e não podemos aceitar passivamente o que o Flamengo fez desde que o jogador saiu do clube. A presidente colocou uma torcida de milhões de pessoas contra um atleta sem apresentar provas contundentes. Por que fizeram isso? Arranharam muito a imagem dele em um cenário mundial. Eles vão pagar por isso. Vamos entrar com esse processo", prometeu Aldo, explicando ainda as cifras milionárias que serão pedidas como indenização e podem chegar a R$ 60 milhões.
"O cálculo da ação é muito alto mesmo. E temos parâmetros para falar isso. Em primeiro lugar, estamos falando de duas partes milionárias [Flamengo e Ronaldinho], o que já eleva o montante. Em segundo, a extensão do dano foi muito grande, visto que a repercussão foi mundial. E em terceiro, eles vazaram detalhes de um contrato que era sigiloso. Além disso, essa ação que eles distribuíram pode ser julgada improcedente. Eles teriam que pagar ainda mais. Estão achando que Justiça é brincadeira", bradou o advogado de Ronaldinho.
Inconformado com o comportamento da diretoria do Flamengo após a saída do jogador, Aldo Giovani ainda fez questão de ressaltar que foi o Flamengo quem procurou a "guerra". Segundo o advogado de Ronaldinho, um acordo fora dos tribunais poderia ser estudado antes mesmo do caso ser julgado, o que não aconteceu.
"Se o Flamengo nos procurasse, talvez sentaríamos, chegaríamos a um acordo e deixaríamos isso passar. Mas eles não quiseram assim. Preferiram a disputa, a guerra. Tudo bem, nós vamos encarar, até porque temos força para isso. Só não sei se eles terão argumentos para ir até o fim. Um clube que não paga suas contas, não cumpre suas obrigações e ainda ataca um atleta sem provas não pode estar certo", ironizou.
Procurado pela reportagem para comentar a mais nova ameaça de ação por parte de Ronaldinho, o vice presidente jurídico do Flamengo, Rafael De Piro, não respondeu aos contatos telefônicos.
Apesar do encontro nos tribunais estar marcado apenas para o dia 8 de novembro, Ronaldinho e Flamengo ainda irão travar uma intensa disputa nos bastidores antes da Justiça bater o martelo. Já nesta quinta, a expectativa é que a 9ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro despache uma liminar sobre a ação do rubro-negro contra o jogador distribuída na última terça.