O Santos admite viver uma espécie de "ressaca" após a recente eliminação da Copa Libertadores para o rival Corinthians, na última quarta-feira, e amarga a pior série negativa - sete jogos sem vencer, ao todo - desde o início da "era Neymar, em março de 2009. A construção da recente sequência sem vitórias se iniciou com deslizes no Campeonato Brasileiro e é caracterizada por visível queda de produção.
"É um tipo de ressaca mesmo", admitiu Muricy Ramalho, para depois ponderar. "Apesar que a posição que chegamos não é fácil. Ficamos entre os quatro (na Libertadores) e, por detalhes, fora da final. Hoje poderia ser diferente. Vão sair alguns jogadores, o Santos não tem condições de comprar ou fazer loucuras. Então, com a cabeça no lugar, vamos brigar pelo título Brasileiro", completou.
A última vitória foi diante do Vélez Sarsfield, em 24 de maio, onde as atuações passaram a ser contestadas. A classificação às semifinais só veio nos pênaltis, com gol já no fim de Alan Kardec no jogo decisivo, na Vila Belmiro.
Desde então, sete jogos, sendo dois contra o Corinthians, e nenhuma vitória. A sequência foi iniciada com dois empates na Vila, pelo Brasileiro, ante Sport e Fluminense. Neymar participou de somente três das sete partidas, já que Muricy optou por utilizar boa parte dos reservas nos confrontos pelo Brasileiro.
"O cuidado é ter tranquilidade porque no futebol não podemos nos empolgar quando ganhamos e nem ficarmos aborrecidos quando perdemos. Quando está tudo bem, é fácil. Agora é a hora dos grandes caras, técnicos e jogadores", explicou o técnico santista.
No último ano, já em grande parte do ano sob comando de Muricy, o Santos só viveu um jejum de vitórias no fim da temporada, com o foco já voltado para a disputa do Mundial de Clubes. Foram quatro jogos sem vencer. Em 2010, fato parecido ocorreu, quando o time, sem objetivos após as conquitas do Paulista e da Copa do Brasil, ficou seis partidas sem vitórias. Na ocasião, o clube alvinegro havia acertado com Adílson Batista e era comandado por Marcelo Martelotte, técnico interino.
Em 2009, com dificuldades para se acertar, viveu pequena ameaça de rebaixamento, condição que se repete momentaneamente, o Santos ocupa a 18ª colocação. O alento para o restante da temporada é que após três eliminações na competição sul-americana, em 2003, 2004 e 2007, o time conseguiu se classificar posteriormente para Libertadores do ano seguinte.
Para mudar o cenário, Muricy ainda precisará acertar atuações pouco convincentes de Elano, Borges e outros jogadores do elenco.