A vitória do Santos por 2 a 1 sobre o Corinthians, neste sábado, foi importante. Deu ao time seu segundo título seguido na Copa São Paulo. Fez a torcida vibrar no Pacaembu quase lotado. Mas, mais importante para quem acompanhou a partida foi a confirmação de que o time da baixada santista venceu com um novo protótipo de craque.
Stéfano Yuri é rápido e habilidoso. Mas, com 1,87m, é forte, vai bem em jogadas pelo alto e é resistente quando o zagueiro chega trombando. Foi assim que ele quase marcou o primeiro gol da partida, aos 22 minutos do primeiro tempo. O meia Serginho desviou uma bola de cabeça, o camisa 9, então, trombou com a zaga e desviou por baixo do goleiro. Só não levou o gol porque Diego Cardoso chutou em cima da linha.
Quando você para e compara, Stéfano está bem longe do molde de revelações do Santos nos últimos anos. Olhe o protótipo Neymar. Jogadores rápidos, habilidosos e dribladores. Mas franzinos, mais baixos. Neilton, herói do título de 2013 é assim. Victor Andrade também. Diego Cardoso, autor do primeiro gol santista, é dessa linhagem.
Até mesmo Gabriel, o Gabigol, que fez sucesso nas categorias de base e hoje está esquentando a vaga de Leandro Damião no time titular do Santos, é centroavante, mas tem um estilo diferente do de Yúri (até pelos 1,76m de altura). Do elenco principal, quem mais se aproxima do estilo é Giva, que escudeiro de Neilton no título do ano passado, mas que ainda não vingou entre os profissionais.
É bom lembrar, porém, que ele não é o único bom nome da equipe campeã. Serginho, que marcou o segundo gol do time na primeira etapa, em um contra-ataque rápido com conclusão na saída do goleiro Henrique (após o destaque corintiano, Zé Carlos, perder uma bola no meio campo, aliás...), é de uma outra linhagem. Meio-campista clássico, ele é mais um da linha de montagem que o Santos montou desde Diego, que teve Paulo Henrique Ganso, Alan Patrick, Felipe Anderson...
Outro bom nome é o volante Lucas Otávio. Jóia da base, era um dos mais valiosos atletas da Copinha, com multa rescisória milionária. Como o camisa 9, ele é de uma raça que não costuma surgir com tanta frequência na Vila Belmiro, aquela dos volantes marcadores, os cães de guarda da defesa. Talvez Paulo Almeida tenha sido o último grande jogador da posição da equipe. Mas a revelação atual traz mais para o campo. Além da proteção à zaga, ele tem saída de bola acima da média. E ainda chega com qualidade no ataque, sempre que possível.