Nem mesmo a presença do rei Pelé em seu camarote na Vila Belmiro fez com que o mistão do Santos e os reservas do São Paulo disputassem um clássico de qualidade neste domingo, pela 11ª rodada do Brasileirão. O único gol do jogo foi contra, marcado por Renato Silva, e a equipe da Baixada venceu por 1 a 0, encerrando uma série negativa de três derrotas.
Além disso, o clube alvinegro manteve a hegemonia sobre o rival. Em 2010, aconteceram quatro clássicos, com quatro vitórias santistas.
?Quando a fase não está boa, a bola bate e vai para dentro do nosso gol?, lamentou Renato Silva, sobre o lance do gol.
As duas equipes adotaram formações desconhecidas aos torcedores. Isso porque o foco está nos compromissos do meio de semana, quando o Santos recebe o Vitória em casa, jogo de ida pela final da Copa do Brasil, e o São Paulo vai a Porto Alegre enfrentar o Inter, nas semifinais da Libertadores.
?Vencer um clássico na véspera da decisão mais importante do ano dá uma confiança maior e o torcedor vem para o estádio com paciência. Quarta contamos com o torcedor nos ajudando desde o começo para fazer um bom resultado contra o Vitória?, analisou o capitão santista Edu Dracena.
Com o quarto tropeço seguido após a volta da Copa do Mundo, o clube do Morumbi soma 12 pontos e já flerta com a zona de rebaixamento. Além disso, a pressão aumenta e a torcida cobra: ?Libertadores virou obrigação? e ?queremos jogador?. Já o Santos chega a 15 pontos e alivia um pouco a situação desconfortável no Nacional.
Dorival Júnior escalou alguns titulares, como os zagueiros Edu Dracena e Durval os astros Paulo Henrique Ganso e Neymar. Já Ricardo Gomes mandou a campo o capitão Rogério Ceni, Richarlyson e mais nove reservas.
A partida começou em um ritmo lento. Os donos da casa mantiveram a posse da bola, porém com pouca movimentação para superar a retranca são-paulina.
A melhor chance de gol saiu em um lance de bola parada, aos 11min. Em cobrança de falta quase na linha da área, Marquinhos bateu rasteiro, Ceni espalmou e ainda defendeu à queima-roupa o chute de Neymar no rebote.
De resto, poucas emoções no clássico. Os visitantes atuaram com Fernandinho isolado pela esquerda e Marcelinho Paraíba do outro lado, sem uma referência na área. Cleber Santana era o único meio-campista que tentava se aproximar, mas não fez a diferença.
As duas oportunidades do time tricolor ocorreram em chutes de longa distância. Richarlyson e Marcelinho Paraíba arriscaram o arremate e Rafael realizou duas boas defesas.
Na saída para o intervalo, o meio-campista Jorge Wagner apontou a ausência de atletas no campo ofensivo como o principal defeito são-paulino. ?Falta encostar um pouco mais na frente já que tivemos oportunidade de chegar. Conseguimos nos organizar atrás e puxar os contra-ataques. Só falta colocar mais gente na frente?, comentou.
Do outro lado, Edu Dracena falou sobre a falta de pontaria santista. ?Tivemos posse de bola, mas na hora da finalização não conseguimos acertar. Precisamos melhorar isso.?
O cenário pouco se alterou para o segundo tempo. O São Paulo até voltou melhor, mas o gol saiu para o time alvinegro, aos 15min. Após cruzamento na área de Maranhão, o camisa 14 tricolor tentou afastar e mandou para as redes.
Em desvantagem, Ricardo Gomes apostou em Washington, Hernanes e Marlos. O centroavante quase empatou com uma cabeçada no travessão.
SANTOS 1 x 0 SÃO PAULO
SANTOS
Rafael; Maranhão, Edu Dracena, Durval e Alex Sandro; Rodriguinho, Danilo (Wesley), Marquinhos (Breitner) e Paulo Henrique Ganso; Neymar (Zé Eduardo) e Marcel
Técnico: Dorival Junior
SÃO PAULO
Rogério Ceni; Renato Silva, Xandão, Samuel e Diogo; Casemiro, Richarlyson, Cleber Santana (Hernanes), Jorge Wagner (Washington); Marcelinho Paraíba (Marlos) e Fernandinho
Técnico: Ricardo Gomes
Data: 25/7/2010, domingo
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Assistentes: Carlos Augusto Nogueira Junior e Márcio Luiz Augusto (ambos de SP)
Público: 9.367 torcedores
Renda: 255.380,00
Cartões amarelos: Maranhão, Rodriguinho (S); Diogo (SP)
Gol: Renato Silva (contra), aos 15min do segundo tempo