São Paulo vence e chega à semifinal

O São Paulo vai conhecer nesta quinta-feira o adversário na disputa por uma vaga na decisão

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Há quase um ano, o Cruzeiro foi ao Morumbi, derrotou o São Paulo e eliminou o adversário nas quartas de final da Taça Libertadores. Na noite desta quarta-feira, os personagens e o palco eram os mesmos, mas o final foi diferente. Com vantagem de ter vencido o jogo de ida ampliada com a expulsão de Kleber com apenas um minuto de jogo, o Tricolor Paulista garantiu presença na fase semifinal da competição ao derrotar a Raposa com o mesmo placar do Mineirão há uma semana e que o rival obteve ano passado no Morumbi: 2 a 0.

O São Paulo vai conhecer nesta quinta-feira o adversário na disputa por uma vaga na decisão do torneio que é sempre a prioridade do clube. Se o Flamengo não passar pelo Universidad de Chile, o Tricolor vai enfrentar o ganhador da disputa entre Estudiantes e Internacional. Se o Fla avançar, e o Inter não, haverá um duelo entre cariocas e paulistas nas semifinais, marcadas para os dias 28 de julho e 4 de agosto, depois da Copa do Mundo. Se os dois brasileiros se classificarem, o duelo nacional será entre o time paulista e o Colorado gaúcho.

Expulsão com um minuto de jogo

O Cruzeiro chegou ao Morumbi com a necessidade de vencer por três gols de diferença. Mas as aspirações celestes ficaram seriamente abaladas com apenas um minuto de jogo. E após um lance de ataque. Kleber arrancou pela direita e abriu o braço esquerdo, aparentemente para se proteger. E atingiu o rosto de Richarlyson em frente ao banco de reservas do São Paulo. O árbitro uruguaio Jorge Larrionda interpretou que o atacante teve a intenção de agredir o são-paulino e expulsou a principal esperança de gols do time mineiro. Para revolta dos cruzeirenses.

kleber e richarlyson, cruzeiro x são pauloKleber atinge Richarlyson com um minuto de jogo. Lance que gerou a expulsão do atacante (Foto: AFP)

O cartão vermelho abalou o time azul e fez o São Paulo trocar uma postura que poderia ser cautelosa por outra mais ofensiva. Escalado inicialmente como zagueiro, Richarlyson voltou a desempenhar a função de volante, liberando mais Hernanes. E o Tricolor teve duas chances seguidas. Aos cinco, Henrique perdeu a bola na entrada da área para Marlos, que invadiu e concluiu forte. Fábio salvou. Dois minutos depois, o goleiro voltou a ser exigido em um chute rasteiro de Fernandão.

Após os dez minutos, o Cruzeiro pareceu se recuperar do impacto da saída de seu principal jogador e passou a buscar o ataque. Especialmente pela direita, com os avanços de Jonathan, que era dúvida para o jogo devido a um problema muscular. Mas sem Kleber, Thiago Ribeiro ficou isolado no meio da zaga adversária. Apenas aos 22 minutos, o visitante conseguiu dar a primeira conclusão a gol: um chute fraco de Fabrício. Rogério Ceni apenas acompanhou a bola sair à direita da meta.

E a situação celeste ficou ainda mais difícil no minuto seguinte. Junior Cesar fez linda jogada pela esquerda, colocando a bola por baixo das pernas de Henrique, e cruzou para trás. Hernanes, mesmo pressionado, acertou um belo chute de canhota, vencendo Fábio.

O gol desencadeou um verdadeiro bombardeio do time da casa. Aos 25, Dagoberto rolou para Fernandão. Diante de Fábio, o atacante chutou, e Leonardo Silva se esticou, salvando com ponta do pé direito e depois com a mão. O atacante pediu pênalti, mas Larrionda mandou o jogo seguir. E o São Paulo cumpriu a "ordem" e continuou pressionando. Na cobrança do escanteio, Miranda cabeceou forte, e Fábio fez linda defesa. Na sequência da jogada, Marlos arriscou de fora da área, e a bola passou raspando à trave direita. Neste momento, o coro de "o campeão voltou" sacudiu o Morumbi.

Diante do sufoco, o treinador Adilson Batista decidiu reforçar a defesa, colocando o zagueiro Thiago Heleno no lugar do lateral Jonathan. O remédio não conseguiu diminuir o ímpeto do adversário. Fábio salvou um gol de Marlos aos 33, saindo aos pés do meia. E teve como efeito colateral reduzir o poder ofensivo celeste. Bem marcado, Gilberto, principal responsável pela armação do Cruzeiro, pouco pegou na bola na etapa inicial.

Nos cinco minutos finais, Fábio voltou a ter trabalho. Aos 40, o goleiro se antecipou a Dagoberto e despachou a bola para o meio-campo. Richarlyson dominou e arriscou do círculo central, encobrindo a meta, com perigo. Três minutos depois, Cicinho recebeu pela direita e chegou a dar um chapéu no arqueiro. Mas este conseguiu se recuperar, dificultando a conclusão do lateral-direito. E aos 44, Fábio defendeu um chute de longe de Marlos. O apito que encerrou o primeiro tempo foi um som de alívio para o Cruzeiro.

Para a segunda etapa, Adilson Batista, consciente de que o time precisava marcar três gols em 45 minutos - algo que o São Paulo não permitiu um vez sequer nos seus nove jogos anteriores na Libertadores 2010 -, tirou o volante Fabrício e escalou o atacante Wellington Paulista. O Cruzeiro deu a impressão de que poderia reagir. Com um minuto, Leonardo Silva cabeceou por cima do gol, com perigo.

Mas a equipe da casa confirmou a classificação aos oito minutos. Junior Cesar lançou para a área. Fernandão escorou de cabeça para Dagoberto. O atacante dominou no peito e tocou por cobertura diante da saída de Fábio. O zagueiro Gil ainda tentou salvar, mas só conseguiu ir parar dentro da rede.

E poderia ter sido mais. Aos dez, em nova jogada pela esquerda, por onde saíram os dois gols, Hernanes passou para Marlos, que driblou Fábio e rolou para Dagoberto na pequena área. O atacante foi desarmado antes de concluir.

Nessa altura, o visitante precisava de quatro gols. E os gritos de "olé" ecoavam pelo estádio aos 17 minutos, enquanto os jogadores do São Paulo trocavam uma longa sequência de passes. No último deles, Marlos, um dos melhores em campo, recebeu de Dagoberto, invadiu a área, mas caiu diante da marcação de Gilberto, sem conseguir arrematar ao gol.

Enquanto torcedores tricolores faziam uma "ola" na arquibancada, Marlos mostrava habilidade. O meia driblou dois marcadores e chutou da entrada da área aos 20. Fábio defendeu no centro do gol.

Apesar do claro abatimento pela virtual eliminação, o Cruzeiro ainda tentou diminuir a desvantagem. Mas só conseguiu criar uma oportunidade: uma cabeçada de Wellington Paulista para fora, aos 35. O São Paulo esteve mais perto de ampliar. Aos 25. Hernanes roubou a bola, avançou e passou para Dagoberto na esquerda. O atacante chutou à esquerda do gol, assustando Fábio. E deixou o campo aplaudido aos 31 minutos, para a entrada de Fernandinho. Assim como Miranda, substituído por Xandão aos 40.

Aplausos que refletiram a satisfação dos torcedores do Tricolor Paulista com uma das melhores atuações do time no ano. E o aumento da confiança no sonhado quarto título da Libertadores.

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