Sonhar é de graça. Realizar exige suor, dedicação, sacrifício, qualidade e, também, humildade. O Atlético-MG não é campeão brasileiro. Mas está perto de ser. Os 58 mil torcedores na quarta-feira sabem disso. É impossível ignorar a proximidade do feito. A comemoração, após os 3 a 0 diante do Corinthians, trazem respostas.
Há uma grande confiança pela taça nacional, muito pelo que o torcedor vê neste Galo de Cuca. Se toda cautela é pouca em relação a um clube que foi vice-campeão invicto em 1977, bateu na trave várias vezes com timaços, o que o Atlético 2021 vem jogando traz solidez para o fim do jejum.
A torcida fez uma bonita festa, após o apito final. Um membro da comissão rodou camisa junto com os torcedores. Crianças (provavelmente filhas de jogadores) bateram bola no campo vazio. O clima era de comemoração pelo que virá. Cuca foi ao meio de campo, agradeceu, saiu ovacionado em direção ao túnel dos vestiários.
Dominante no Mineirão (13 vitórias seguidas). Não deu chances para o Corinthians sequer chegar perto de um empate. Logo no começo, Diego Costa contou com uma reação tardia e equivocada de Cássio para balançar as redes. O camisa 19 desfilou em campo.
Mas ele também traz uma missão para Cuca. O centroavante obriga o companheiro a jogar mais atrás, buscando espaços entre volantes e zagueiros, mais longe do gol. Inteligentemente, o treinador tirou Diego Costa (também) para dar a Hulk a chance de ficar perto das finalizações. Deu tão certo que o camisa 7 voltou a ser artilheiro do Brasileiro (12) em grande jogada individual no fim da partida.
Antes disso, Keno foi o autor do primeiro golaço da noite. Com um meio de campo sem Jair e Nacho, o Atlético soube se impor. Principalmente com uma linha defensiva bem postada, dois zagueiros de bom jogo aéreo e antecipação. O Corinthians praticamente não assustou Everson.
O líder do Brasileiro soube controlar a partida, desacelerar, dar ritmo no fim, anular as forças do adversário. O banco de reservas de Cuca estava prejudicado em termos de opções. Eram cinco desfalques, sendo quatro por data Fifa.
Se faltava um armador entre Allan-Tchê Tchê e Hulk-Diego Costa, a transição do meio para o ataque funcionou em bolas diretas. Mas o centroavante demonstrou ser tão diferenciado quanto Givanildo, para o futebol brasileiro. Não foi achado em campo.
O Atlético-MG, agora, terá dias de descanso. Para manter o foco, renovar energias, montar estratégias e garantir que o título que escapou em 1977, 1980, 1999, 2012 e 2015 finalmente pare em mãos alvinegras.