A bela exibição que tanto se esperava da Seleção Brasileira, bicampeã mundial e atual campeã da Liga, enfim entrou em quadra na Itália. Com boa partida de jogadores que até o momento tinham apresentado bastante irregularidade, como o líbero Mário Jr. e o oposto Leandro Vissotto, e um excelente desempenho de Murilo e Dante, a equipe atropelou a até então invicta Polônia, por 3 sets a 0, com parciais de 25/16, 25/20 e 25/20, em Ancona, iniciando muito bem a segunda fase do Mundial de Vôlei.
Os poloneses viram de volta o trauma da final do Mundial de 2006, com o Brasil cometendo poucos erros e atuando muito bem na defesa. O retrospecto no confronto direto neste ano segue amplamente favorável para a Seleção, com cinco vitórias e apenas uma derrota.
Dentro do chamado "grupo da morte", o time de Bernardinho ficou bem perto de uma vaga na terceira fase da competição. Para isso basta torcer contra os poloneses no jogo contra a Bulgária para passar a próxima etapa. Caso isso não aconteça, os brasileiros terão de vencer os búlgaros, que jogarão mais pressionados.
O placar elástico conquistado nas três parciais - especialmente na primeira - faz com que a situação da Seleção na chave fique ainda melhor. A média de pontos, divisão dos pontos feitos pelos pontos sofridos, é o primeiro critério de desempate.
O jogo
A Seleção Brasileira começou de forma arrasadora. Leandro Vissotto, um dos mais irregulares da primeira fase, foi quem impulsionou a equipe verde e amarela a abrir 3 a 0, com dois excelentes ataques, complementados por um ace de Murilo.
O time seguia na mesma pegada e abriu 7 a 1 com um excelente trabalho da recepção. Sem dar chances, a Seleção abriu 11 a 4 em uma bola que foi o exemplo do primeiro set, recuperação de Dante e ataque fulminante de Vissotto. A seleção polonesa esboçou uma reação em dois erros bobos do Brasil, mas o time de Bernardinho se recuperou e com um ace de Murilo fez 16 a 9 na segunda parada técnica.
Dominando o jogo, a Seleção chegou a abrir 22 a 13. Mas no primeiro grande rali da partida, com bons momentos de ambos os lados, a equipe acabou vacilando na marcação e deixou Nowakowski sozinho para atacar. Rodrigão ainda tentou defender, mas não conseguiu. Os lances motivaram a equipe polonesa, que depois se aproveitou de um toque na rede e uma recepção errada de Mário Jr. para diminuir o marcador para 23 a 16. O Brasil fechou o primeiro set em 25 a 16, após Winiarski acertar a antena.
A Seleção começou o segundo set na mesma pegada do primeiro abrindo 3 a 0 no marcador. A seleção polonesa, porém, não deu a mesma facilidade do set anterior até a primeira parada técnica e virou a partida em 7 a 6 após um erro de ataque de Dante em uma largadinha e uma defesa desajeitada de Mário Jr, que Bruno não conseguiu salvar.
A equipe brasileira virou depois de um belo rali. Depois de duas tentativas de Dante, a bola voltou para a quadra brasileira. Rodrigão defendeu e Bruninho levantou para Vissotto explorar o bloqueio e pôr a bola no chão. Logo em seguida, a Seleção abriu 10 a 8 em um bloqueio de Murilo. O time verde e amarelo conseguiu uma vantagem de quatro pontos (14 a 10) depois de um bloqueio perfeito de Dante e outro de Vissotto e Rodrigão.
A Polônia diminuiu a diferença para um ponto (17 a 16) depois de um contra-ataque e um ace de Mozdzonek. O lance fez o técnico Bernardinho pedir tempo para esfriar a recuperação. Deu resultado, já que na volta, Murilo explorou bem o bloqueio e Vissotto recuperou uma bola alta de Bruninho para abrir três pontos na frente.
Os poloneses tentavam, diminuiam a vantagem, mas aí o time do Brasil voltava a ser decisivo. Em um ataque do fundo de quadra de Murilo, depois uma bola recuperada por Mário Jr., a equipe fechou o segundo set em 25 a 20.
A terceira parcial não apresentou grandes dificuldades para a Seleção. Com a equipe europeia já desanimada em quadra, o Brasil manteve o ritmo, cravou um ponto atrás do outro e fechou o set em 25 a 20 em um erro de saque da Polônia, encerrando sua melhor apresentação até aqui no Mundial.