Não há mais tempo para uma nova chance. Pelo menos para aqueles que atuam no futebol europeu, o amistoso da seleção brasileira contra a Rússia, nesta segunda-feira, às 16h30 (de Brasília), no Stamford Bridge, em Londres, é decisivo. Depois disso, Luiz Felipe Scolari não terá mais como avaliar os jogadores ?estrangeiros? para formar a lista definitiva da Copa das Confederações. Apenas nos clubes.
Até anunciar a lista para a competição, em maio, Felipão comandará a Seleção em mais dois amistosos. Um contra a Bolívia, dia 6 de abril, em Santa Cruz de la Sierra, e outro diante do Chile, no dia 24 do mesmo mês, no Mineirão, em Belo Horizonte. Nesses casos, o técnico pentacampeão vai chamar apenas jogadores que atuam no futebol brasileiro. E mesmo assim, a CBF está em contato direto com os clubes para conversar sobre suas necessidades sem atrapalhar os planejamentos dos times.
- Não posso falar muito sobre a minha equipe porque eu tenho apenas dois jogos até agora (derrota para Inglaterra e empate com a Itália). Mas estou muito satisfeito com o meu grupo. Mas falar mesmo só daqui a pouco menos de quatro meses, com a Copa das Confederações em andamento. Neste primeiro momento estou tentando organizar um sistema. Se eu encontrar o sistema que estou imaginando e deu certo no primeiro tempo contra a Itália, vou começar a me preocupar com os nomes ? declarou Felipão.
Acostumado a jogar em Londres desde a era Dunga, passando pela era Mano Menezes e se confirmando com Felipão, a seleção brasileira está praticamente em ?casa? para esse último teste europeu. De 2006 para cá, o Brasil fez 11 partidas na cidade inglesa, com oito vitórias (cinco com Dunga e três com Mano), um empate (com Dunga) e uma derrota (com Felipão). O bom retrospecto, porém, terá um adversário além da seleção russa: o frio. A previsão é que na hora do jogo a temperatura esteja novamente perto de zero grau, assim como no treino.
- É muito ruim esse frio. Muito. Dói os pés. Os dedões ficam duros. Tenho pena deles, mas vou exigir que eles joguem ? brincou o treinador brasileiro.
Prova de Kaká é mais difícil
Dos oito titulares que atuam no futebol europeu, talvez quem esteja em situação mais delicada seja Kaká. Todos os outros já foram razoavelmente bem avaliados por Luiz Felipe Scolari, mas o meia do Real Madrid ainda precisa mostrar algo parecido com o que vinha fazendo na era Mano Menezes para levar uma vaga.
Titular nas últimas três partidas de Mano Menezes com a seleção completa, Kaká ficou fora da primeira lista de Felipão. E jogou apenas alguns minutos contra a Itália. Diante dos altos e baixos que vive no clube espanhol, ainda é muito pouco para que o treinador analise. Por isso, ele começa jogando nesta segunda-feira.
Em busca de sua quarta Copa do Mundo (esteve em 2002, 2006 e 2010, as duas últimas como titular), Kaká está visivelmente incomodado com seu momento. Se no final do ano passado, quando foi chamado por Mano Menezes, o meia estava acessível, alegre. Dessa vez, ele está mais distante, mais sério.
A presença de Kaká no time titular desta segunda-feira não é a única novidade em relação ao time que empatou por 2 a 2 com a Itália, na quinta-feira, em Genebra, na Suíça. Outras duas alterações serão feitas por Felipão. Thiago Silva e Marcelo entram nos lugares de Dante e Filipe Luís, respectivamente.
Desafeto de Hulk está fora
Líder do Grupo F das eliminatórias europeias para a Copa do Mundo de 2014, a Rússia jogaria com a Irlanda do Norte na última sexta-feira, pela competição. Mas o duelo foi adiado para sábado por causa da nevasca em Belfast e novamente adiado pelo mesmo problema para data ainda a definir.
Com 100% de aproveitamento na briga por uma vaga no Mundial do Brasil, a Rússia ainda não sofreu gols nas eliminatórias. Desafio forte para a seleção brasileira. O técnico italiano Fábio Capello, porém, perdeu uma peça importante do time: o volante Denisov, do Zenit. Ele está fora por conta de problema muscular.
Denisov foi um dos atletas do Zenit que se rebelaram contra Hulk no início da temporada europeia. Ele se irritou com o alto salário do atacante e afirmou publicamente que o atacante brasileiro não era o argentino Messi para ganhar o triplo do que a maioria dos atletas do clube.
- É uma Rússia nova. Vem com alguns jogadores de meio com muito boa qualidade. E está liderando as eliminatórias. Sinal de que o trabalho está sendo muito bem efetuado. Vai ser jogo bom, que nós gostamos de jogar. É partida que pode nos mostrar uma série de coisas que precisamos melhorar ? finalizou Felipão.