Neste mês de janeiro, ocorre a Copa São Paulo de Futebol Júnior. O time do Galvez, do Acre, foi eliminado pelo Palmeiras durante a primeira fase do campeonato.
Sem recursos para poder voltar para o seu estado de origem, a equipe acriana recebeu ajuda do rival, que se ofereceu para pagar os bilhetes de viagem de todos os jogadores e comissão técnica, além de presentear os jovens jogadores com alguns mimos.
O Galvez contrasta com os demais clubes de futebol do eixo Minas-Rio-São Paulo, que possuem faturamento e investimentos multimilionários, enquanto o time acriano ainda tem pouca expressão e capilaridade dentro do esporte.
Cientes disso, o time marcou a viagem de volta para o Norte logo ao término da primeira fase da Copinha. Surpreendentemente, os jovens do Galvez se classificaram para a terceira fase da disputa após vencer a Desportiva-ES, por 1 a 0.
Classificados, enfrentaram o todo-poderoso Palmeiras. O técnico do Galvez, Oziel Moreira, fez um apelo emocionado, dizendo não ter recursos financeiros para retornar (de ônibus) ao Acre. A passagem custa R$ 900 em média, com duras 47 horas de viagem até lá.
“Nós viemos na raça, sem apoio de ninguém. Não temos passagem para voltar ainda. Tínhamos 20 passagens para voltar, só que cancelaram, e (agora) só temos direito a 30%”, desabafou.
A equipe paulista venceu o jogo por 3 a 0, e logo em seguida, resolveu o problema ainda no gramado, assumindo os custos das passagens – de avião, apenas quatro horas de voo, – além de oferecer à todos os membros da equipe do Acre um passeio especial pelas instalações do Allianz Parque. Por fim, jogadores e comissão técnica receberam chuteiras e bolas oficiais.
A realidade entre as duas equipes é tão abismal que enquanto o Galvez não tem recursos financeiros sequer para comprar as passagens dos atletas, o Palmeiras liberou orçamento milionário para a temporada 2019: R$ 561 milhões.