O irreverente Emerson Sheik despediu-se do Corinthians na manhã desta sexta-feira e, além de um legado de vitórias e títulos, deixa uma lacuna no lado mais bem humorado do futebol. Conhecido pelas brincadeiras com a “formiguinha” Palmeiras, com o fato de ser “amado” pela torcida do São Paulo ou por responder alguns rivais, ele vê apenas no paraguaio Romero um pouco desse lado falador.
“Quem se aproxima um pouco mais é o Romero. Você vê, né, nem é brasileiro, o gringo brinca mais que todo o resto. Que a essência volte e que as punições diminuem”, comentou o jogador, citando o atleta que chegou a fazer embaixadinhas em um Derby do Campeonato Brasileiro.
Antes disso, Romero já havia chamado o Santos de time pequeno e brincado com sua qualidade ao dominar bola difícil em duelo frente ao São Paulo. O atleta também se difere nas comemorações. No Derby de Itaquera no Brasileiro do ano passado, por exemplo, tirou uma “selfie” com os companheiros para comemorar o gol que abriu o placar para o Timão.
Na avaliação de Sheik, o futebol em campo passou por uma renovação assim como o que aconteceu fora dele, com a chegada de arenas modernas para substituir os antigos estádio de concreto. Para ele, no entanto, é importante que a essência de brincadeira do esporte não se perda.
“Assim como nossos estádios, tudo virou arena, que bom que virou, evoluiu, mas o futebol perdeu um pouco da essência nos últimos anos. Sou muito a favor das brincadeiras, das apostas, das zoeiras, desde que seja de maneira respeitosa”, observou, colocando parte da culpa nas regras cada vez mais rígidas para a manifestação dos atletas.
“Sempre brinquei e zoei os rivais. É uma pena que o nosso futebol tenha perdido atletas com esse perfil. Futebol perde, tão bacana ouvir as brincadeiras, zoações. Comemorar gol com a torcida você corre o risco de ser punido. Impossibilita algumas brincadeiras. Uma pena porque o futebol perde a sua essência”, concluiu.