Jéssica Dias, repórter da ESPN, se pronunciou pela primeira vez após ser assediada por um torcedor do Flamengo durante a cobertura da semifinal da Libertadores.
Em seu desabafo, ela afirmou que o assédio começou antes da cena ao vivo. "Foi só um beijinho no rosto. Não. Não foi", escreveu. "Eu sofri importunação sexual enquanto trabalhava e isso é crime.", completou.
''Eu não queria beijo, não queria carinho, não queria passar 3h em uma delegacia. Eu só queria trabalhar. O ser humano que fez isso estava com um filho menor de idade que se desculpou pelo pai. O menino não tem culpa, não punam a família dele'', acrescentou.
Marcelo Benevides Silva foi preso em flagrante. Na audiência de custódia, o Juizado Especial Criminal manteve a prisão e a converteu em preventiva.
Jessica ainda postou nas redes sociais que vai se casar neste sábado (10), e que não consegue atender as mensagens e pedidos de entrevista.
"Preciso focar no que será um dos momentos mais felizes da minha vida. Estou recebendo muitas mensagens e pedidos de entrevista. Agora não consigo. Em breve volto para falar sobre o ocorrido", escreveu.
Repúdio
O Flamengo e a ESPN repudiaram a atitude do rubro-negro.
“O Clube de Regatas do Flamengo repudia o assédio cometido por um torcedor rubro-negro com a jornalista da ESPN Jéssica Dias durante reportagem antes da partida desta noite. É lamentável que atos repugnantes como este, que não representam a Nação Rubro-Negra, ainda aconteçam.”
Também em nota, a ESPN afirmou que “a repórter Jéssica Dias foi vítima de assédio na porta do Maracanã, onde trabalhava na cobertura de Flamengo x Velez”.
“Atitudes como essa não cabem hoje no nosso planeta, seja em um jogo de futebol ou na casa de qualquer mulher. Nossa equipe que acompanhava a Jéssica conseguiu segurar o agressor e pediu à polícia que o encaminhasse para a delegacia do Maracanã.
Jéssica, como toda mulher deve fazer, registrou boletim de ocorrência. A ESPN e a Disney repudiam qualquer tipo de agressão contra as mulheres. A empresa vai dar todo apoio a nossa repórter e esperamos que o agressor seja punido com todo o rigor que a lei permite.”