Depois de duas belas vitórias (contra Dinamarca e Estados Unidos), sete gols marcados e apenas dois sofridos, o técnico da seleção brasileira admite estar surpreso com o desempenho do time renovado, com base olímpica. Na noite de quarta-feira, depois da goleada sobre os americanos - 4 a 1, em Washington -, Mano Menezes reconheceu abertamente que o desempenho da jovem seleção está acima do esperado nos dois jogos iniciais da atual série de quatro amistosos. O treinador afirma, porém, que ainda há muito a melhorar, principalmente em relação ao comportamento do time, considerado inexperiente, apesar do ótimo potencial.
"Acho que você esperar que o time faça 3 a 1 na Dinamarca e, logo em seguida, alcançar o resultado que conseguimos diante dos Estados Unidos, jogando contra o décimo do ranking da Fifa, e em boa fase... Sou sincero: não esperava", disse Mano na entrevista coletiva após o jogo. Na avaliação dele, o futebol apresentado pela equipe é bom, mas falta um pouco de sangue frio aos jogadores. "Eu pedi aos nossos jogadores que não entrassem na provocação. O futebol brasileiro precisa aprender a conviver com ela, porque a gente sempre sai perdendo com isso. Tem que suportar e saber tirar proveito de nossa qualidade técnica."
Os brasileiros se irritaram com algumas faltas cometidas pelos americanos - Marcelo, por exemplo, chegou a chutar a bola em um adversário já caído e ainda revidou com um "coice" uma falta dura sofrida no campo de defesa brasileiro. "A gente sempre sai perdendo nesse quesito. É preciso aguentar a virilidade do adversário." Além do alerta para a "cabeça quente" do time, Mano Menezes acredita que é preciso evoluir em outros elementos do jogo, até porque exibiu falhas de marcação nas bolas aéreas e foi beneficiada por grandes defesas do goleiro Rafael. "A gente precisa crescer um pouco a cada jogo. Vamos corrigindo e melhorando."
O Brasil voltará a campo no domingo, às 16 horas (de Brasília), quando enfrentará o México, em Dallas. Para esse próximo amistoso, ele sinalizou com possíveis mudanças no time - mas deixou claro que pretende manter a boa base revelada nesses dois jogos. "Alguns jogadores tiveram um desgaste maior pela sequência de partidas e isso pode abrir oportunidades para outros atletas. Mas não quero perder a estrutura da equipe, pois vamos ter um jogo muito duro, como tivemos recentemente contra eles. O México é uma seleção madura, experiente, e o Brasil ainda corre riscos de oscilação. Temos de estar preparados para isso."