Após suspensão, Luiz Felipe Scolari vai ao vestiário e é acusado de agredir fotógrafo

Mas a polêmica não para aí. Para piorar, o fotógrafo Fernando Soutello, da agência Agif, acusa o comandante do Verdão de agressão

Felipão tenta impedir clique de fotógrafo no Engenhão | Fernando Soutello
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Como se não bastasse a derrota, mais confusão no Palmeiras. Fora do banco de reservas por estar suspenso pela da expulsão na partida contra o Atlético-MG, Luiz Felipe Scolari esteve no vestiário do Engenhão, nesta quarta-feira, no intervalo da derrota por 3 a 1 para o Botafogo, pela 20ª rodada do Brasileirão, para orientar a equipe. A presença do treinador causou polêmica, pois haveria o entendimento de que ele, por estar suspenso, não poderia ir ao vestiário e ter contato com o time. O Palmeiras, porém, garante que a ida de Scolari não desrespeita o Código Brasileiro de Justiça Desportiva.

Mas a polêmica não para aí. Para piorar, o fotógrafo Fernando Soutello, da agência Agif, acusa o comandante do Verdão de agressão. Soutello diz que Felipão demonstrou irritação ao perceber sua ida ao vestiário estava sendo documentada. Segundo Soutello, Felipão deu um tapa na câmera e o atingiu. O fotógrafo promete registrar queixa formal de agressão contra o comandante alviverde.

- Estava posicionado e fiz fotos do Felipão até o elevador. Quando ele entrou, o ângulo ficou melhor, mas o segurança pediu para não fotografar. A porta do elevador abriu nesse movimento e o Felipão veio com a mão na câmera, que me atingiu - disse Fernando, que relatou sentir dor de cabeça após o episódio.

O auxiliar técnico do Verdão, Murtosa, acredita que não há impedimento legal para a presença de Felipão no local. O entendimento é compartilhado pela diretoria do clube.

- Há um erro de jurisdição. O Felipão está suspenso de trabalhar na beira do campo, mas não de assistir o jogo e ir ao vestiário. Ele não está suspenso por dia e, sim, por jogos.

A questão não é tão clara. O artigo 172 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) prevê proibição se a punição for em prazo e não cita qualquer impedimento quando o gancho ocorre por jogos - caso de Felipão. Neste caso, a omissão parece beneficiar o treinador e ratificar a interpretação adotada pelo Palmeiras. Confira o parágrafo do artigo que trata sobre suspensão por dias:

"A suspensão por prazo priva o punido de participar de quaisquer competições promovidas pelas entidades de administração na respectiva modalidade desportiva, de ter acesso a recintos reservados de praças de desportos durante a realização das partidas, provas ou equivalentes, de praticar atos oficiais referentes à respectiva modalidade desportiva e de exercer qualquer cargo ou função em poderes de entidades de administração do desporto da modalidade e na Justiça Desportiva".

O artigo 171, que trata da suspensão por jogos, caso de Felipão, não cita se o punido pode ter acesso ao vestiário ou outras áreas das praças esportivas.

"Art. 171. A suspensão por partida, prova ou equivalente será cumprida na mesma competição, torneio ou campeonato em que se verificou a infração."

Durante os 90 minutos de bola rolando, Scolari assistiu ao jogo em uma das cabines de imprensa do estádio, sempre acompanhado por seguranças. O treinador foi julgado em três artigos pelo comportamento diante do Galo: absolvido no 243-D (incitar publicamente o ódio ou a violência) e no 243-F (ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto), foi condenado no artigo 258, que prevê suspensão de um a seis jogos por ?assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas regras?.

Com a derrota desta quarta-feira, o Palmeiras permaneceu com 32 pontos, na sexta colocação no Brasileirão. No próximo domingo, encara o Cruzeiro, às 16h (de Brasília), no Pacaembu, pela 21ª rodada.

Correção

Ao contrário do que noticiava a primeira versão do texto, o árbitro criticado por Felipão não foi Paulo César Oliveira. Sandro Meira Ricci foi o árbitro em questão

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