Taffarel está de volta à seleção e já tem seu novato favorito à camisa 1

Taffarel está de volta à seleção e já tem seu novato favorito à camisa 1

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Taffarel foi titular do Brasil em três Copas, sendo campeão em 1994. Agora, ao lado de quem levantou a taça há 20 anos, tentará reerguer a combalida seleção brasileira, recém-saída do maior vexame de sua história na Copa que sediou. Como preparador de goleiros, ele sabe que a opção final é de Dunga, o comandante, mas já pensa em quem pode vestir a camisa um do Brasil e treinar sob sua responsabilidade.

Em entrevista, ele dá a dica de quem pode ser a aposta para ser o titular do Brasil no gol daqui quatro anos - Rafael Cabral, ex-Santos -, mas assume que precisa acompanhar ainda mais quem atua na sua antiga posição agora que está na seleção. Leia a entrevista completa com o novo preparador de goleiros da seleção abaixo.

Quais os principais goleiros promissores visando o futuro na seleção brasileira?

Taffarel: Se eu falar dos destaques e dar a minha opinião eu estou quase convocando. parece pegadinha. Eu não posso nem responder essa pergunta. Eu me coloco na posição de estar falando demais. Imagina o Dunga ouvindo essa nossa conversa ou lendo depois, aí o Dunga vai falar 'o Taffarel está falando demais'. Eu acho legal a convocação e todo mundo ficar esperando o que vai acontecer. Eu particularmente também fico ansioso como é que o Dunga está pensando, se vai levar jovens. Nem eu fiz essa pergunta para ele, eu fico na esperança de como ele vai começar o trabalho e depois vai progredir.

Mas você não tem nomes?

Taffarel: Eu tenho nomes sim, sem dúvida, e a partir de agora eu vou começar a acompanhar muito mais. Eu até pedi aqui para o pessoal do Galatasaray um sistema que eles tem aqui, um 'scout' que mostra tudo sobre o goleiro com imagens. Então você começa a acompanhar muito mais essa questão dos goleiros, até para não passar em branco. De repente aquele ali poderia ser chamado para não cometer algum erro neste sentido, Eu gosto muito do Rafael Cabral, ex-Santos e agora no Napoli, e até no ano passado nós fizemos um amistoso contra o Napoli e eu conversei com ele depois. Eu disse, 'cara, aproveita essa oportunidade porque a Itália tem um futebol sério, disciplinado, exigente. Aproveita muito aqui, aproveita porque você tem muito a aprender, porque você é goleiro de seleção'; Foi o que eu falei para ele. É uma pena que ele teve uma lesão, ficou afastado muito tempo, até o Napoli contratar o goleiro espanhol Reina que é um goleiro mais experiente, optou mais por essa situação. Mas nesse ano o Rafael está sendo o primeiro goleiro, já nos amistosos está jogando, então é um goleiro que eu estou acompanhando bastante e vou acompanhar até para dar uma sugestão para o Dunga.

Atualmente, quem é o melhor goleiro do mundo?

Taffarel: Eu dizia antes da Copa: 'Vamos esperar terminar para tirar uma conclusão'. E depois dela posso dizer que o Neuer é o melhor de todos. Ele é forte, tem a técnica, joga avançado, está sempre ligado, joga quase como um líbero. Quer dizer, ele joga muito com o time. Teve também o da Costa Rica, o Navas foi bem. O do México também, o Ochoa. São goleiros que jogam em equipes menores e muitas bolas vão para o gol. Mas o destaque importante foi o Neuer, participou, jogou e contra o Brasil no primeiro tempo ele fez 3 defesas importantíssimas. Estava 5 a 0 mas ele estava atento. Gostei também do goleiro da Holanda, tanto o do jogo como aquele que entrou para a disputa de pênaltis. Os goleiros foram bem. Depois de você, qual o melhor goleiro que a seleção brasileira produziu? Taffarel: Eu acho assim, antes de mim já tinha o Carlos, tinha jogado em 1986, depois eu em 1990, 1994 e 1998, depois veio o Marcos que fez uma grande Copa do Mundo em 2002, o Dida em 2006, então não tem essa coisa. Eu tive o meu período, assim como o Julio César. Eu penso que nas últimas Copas do Mundo o Brasil tem ido bem com os goleiros. O Brasil tem sido bem representado pelos goleiros. Então é renovação, é uma posição que a gente vêm melhorando a cada ano, a escola de goleiros brasileiros é muito boa.

Acha que o Julio Cesar ainda tem condição de seguir na seleção brasileira?

Taffarel: Esses goleiros acima de 30 anos, no caso do Julio César e outros, são goleiros experientes que terão na próxima Copa 34, 35 anos. Basta saber se o Dunga vai querer contar com esses goleiros, se quer essa experiência. Eu já acho que nessa última Copa teria que ter levado um goleiro mais jovem. Eu sempre fui a favor disso. Por exemplo, eu sofri, e quem sou eu para sofrer alguma coisa, em 1986, quando eu jogava há apenas dois anos futebol. Em 1986 no México o Leão foi como terceiro goleiro com 38 anos, vê se serviu alguma coisa para o Leão ter ido. E antes da convocação lá no Sul o pessoal falava 'você vai ser convocado, vai ser convocado'. Eu acho que eu não estava pronto para ir para a seleção, nem para ser o segundo goleiro, mas depois de quatro anos eu fui para a Copa do Mundo, então é muito favorável levar um goleiro jovem, dando aquela experiência, aquela bagagem. Mas vamos ver o que vai acontecer. Muito se fala na deficiência da preparação de jogadores no Brasil. Neymar falou disso em suas entrevistas.

Acha que o mesmo se aplica em relação à preparação e formação dos goleiros?

Taffarel: O goleiro brasileiro trabalha bastante. Já na minha época trabalhava muito e eu no Galatasaray puxava muito. A filosofia é da escola brasileira: trabalhar muito forte tecnicamente com perfeição, cuidando dos detalhes. E agora procuro passar isso na seleção brasileira. Gosto de trabalhar bastante, chegaram até dois goleiros novos aqui e começaram a sentir: "Nós nunca caímos tanto na vida". Eu disse que o goleiro tem que se jogar para direita ou para esquerda. 'Vai lá, tem que trabalhar forte'.

Como recebeu a informação que faria parte da equipe do Dunga como preparador de goleiros?

Taffarel: O pessoal começou a ligar aí do Brasil e eu não sabia nada, a mesma coisa aconteceu quando o Dunga foi para o Internacional. O pessoal me ligava e diziam "e aí, quando é que você virá?", e na época eu não fui convidado porque o Dunga sabia que eu tinha contrato aqui no Galatasaray. E eu não ia deixar o Galatasaray e ir para o Internacional e ele até entendeu, mas agora essa situação foi diferente. O Dunga me chamou para fazer parte da comissão. O Gilmar falou: "Você não precisa abandonar o Galatasaray, você continua trabalhando aí e quando sair a convocação você se apresenta como se apresenta os jogadores. Então as coisas foram acontecendo aos poucos. Mas aí depois tinha a situação aqui, mas para eles não tinha problema nenhum. O próprio treinador (Cesare) Prandelli é novo aqui. Nosso presidente aceitou que eu ficasse aqui e aconteceu da melhor maneira possível. Então vai dar para conciliar quando o jogador se apresentar eu me apresento também, vou me sentir como jogador.

Vai querer ter voz ativa para definir qual será o goleiro titular?

Taffarel: Olha, eu não lembro como era na época quando eu era convocado, eu não lembro como funcionava isso, mas haverá conversas com o Dunga. Foi sempre assim, reunião com viva voz com o Gilmar, com o Mauro Silva. Na última conversa nossa foi assim, mais específica, e eu disse que a gente estava bem de goleiros. Então eu entendo que ele vai contar com a minha opinião. Sou eu que vou decidir no sentindo de quem vai ou não vai, mas acho que a minha opinião vai ajudá-lo ou pode esclarecer alguma dúvida dele, mas é lógico que é sempre o treinador que tem o poder de convocar o jogador. A decisão sempre cabe a ele, ao Dunga. Julio César na Copa do Mundo

Taffarel: Ele não comprometeu. Gostei do Julio, ele sempre foi um goleiro que na seleção brasileira deu o máximo, fez grandes jogos. Acho que ele sofreu muito com essa coisa de ficar sem jogar, mas nesta última Copa ele fez a parte dele. Ele saiu muito bem nos pênaltis contra o Chile o Julio não comprometeu em nada, ele fez a Copa dele.

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