Uma especialista em ouro. Essa é a credencial de Pia Sundhage, 56 anos, técnica da Suécia, seu país de origem. Duas vezes campeã olímpica com os Estados Unidos - Pequim e Londres -, a treinadora será uma das atrações no torneio de futebol feminino dos Jogos do Rio. Apesar do currículo, o discurso da melhor técnica do mundo em 2012 é de alguém que procura ainda aprender e não só ensinar. Segundo ela, estar no Brasil será a oportunidade de viver o futebol, viver a tradição do local de origem de Marta, que, entre idas e vindas, já soma mais de oito anos em terras nórdicas e é vista como uma das responsáveis pela evolução da modalidade por lá.
- Para mim Brasil é futebol. E nós conhecemos Marta muito bem. Joga na Suécia já por muito tempo. Nós olhamos para o futuro para jogar contra todos os grandes times. Encontrei a Marta algumas vezes e vi ela algumas vezes na liga sueca. Temos muito orgulho do fato dela permanecer na Suécia e levar o futebol ao mais alto nível. Então, estar aqui no Rio e jogar não somente contra ela, mas também outras atletas como Cristiane e outras será fantástico - afirmou Pia Sundhage, que tem a Seleção pela frente no dia 6 de agosto, no Rio, pela competição.
A alegria por estar em uma competição no Brasil serve até mesmo como alento para o calor que as atletas suecas, acostumadas com temperaturas mais amenas, irão enfrentar. Além do Rio de Janeiro, a equipe irá atuar na primeira fase em Brasília. O "pesadelo" maior de disputar uma partida em Manaus, ao menos por enquanto, será evitado. Pia garante que mesmo não sendo comum o calor para suas comandadas é preciso lidar com esse fator e não encarar como preocupação.
- Nós não deveríamos estar preocupados. Você deve lidar com o calor. Faremos tudo que for possível para ter certeza de que isso não irá atrapalhar - garantiu.
Se no posto de comando há tantas conquistas e reconhecimento, a Suécia, no entanto, ainda busca seu primeiro título expressivo. O ouro é visto distante e, no discurso, o lema é crescer jogo a jogo. Pia considera que a disputa é uma segunda chance depois da precoce eliminação na Copa do Mundo - nas oitavas de final em derrota por 4 a 1 para a Alemanha.
- Primeiro de tudo tentaremos ganhar sempre o próximo jogo. E se formos bem sucedidos e alcançarmos as quartas de final qualquer coisa pode acontecer. Nós estamos vindo de uma Copa do Mundo na qual não fomos muito bem. Então, agora nós temos na mente: "uau, temos uma segunda chance". Será divertido jogar futebol - afirmou a treinadora da atual sexta colocada no ranking da Fifa, que estreia nas Olimpíadas diante da África do Sul, em 3 de agosto.