Timão quer quinto título brasileiro e repetir feito da década de 90

Assim como aconteceu naquela edição, as goleadas passaram bem distantes do Parque São Jorge

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Sofrer deixou de ser um problema para os corintianos. Ao longo dos 101 anos de história, algumas dramáticas vitórias transformaram o sentimento do torcedor. Qual alvinegro não tem na memória toda a luta que o Timão teve de encarar para vencer seu primeiro título nacional, em 1990? É exatamente com aquele mesmo requinte de drama que o clube construiu toda a sua campanha em 37 rodadas no Brasileirão deste ano.

Assim como aconteceu naquela edição, as goleadas passaram bem distantes do Parque São Jorge. Em 90, das 12 vitórias que o Timão obteve no torneio até levantar a taça, 11 foram por apenas um gol de diferença. Exatos 21 anos depois, a história se repete. Dos 21 triunfos até o momento, nada menos que 18 vieram com a contagem mínima.

- Com o Corinthians é sempre assim, complicado, sofrido. Se não fosse assim, não era o Corinthians ? disse o atacante Liedson depois da vitória, claro, por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, em Sete Lagoas-MG.

A diferença é que o Timão do primeiro título precisou jogar bem menos para levantar a taça, mesmo com o número de participantes sendo igual: 20. Foram apenas 25 rodadas unindo as quatro fases. Desta vez, o Alvinegro fará 38 jogos para decidir se deixará o Pacaembu no domingo carregando mais uma conquista do principal torneio do país.

Apesar de os dois elencos não terem grandes destaques, o Corinthians de 90 era ainda bem menos badalado. Sem estrelas, a equipe foi liderada por Neto, que havia tido discretas passagens por São Paulo e Palmeiras, mas brilhou no momento decisivo e ganhou status de ídolo.

O time se classificou em quarto lugar e só embalou no mata-mata. Primeiro, eliminou o Atlético-MG com uma vitória por 2 a 1 e um empate sem gols. Os resultados se repetiram nas semifinais, diante do Bahia. Na decisão, contra o São Paulo favorito, dois apertados triunfos corintianos por 1 a 0: sofrimento e título! O último resultado positivo com diferença maior que um gol aconteceu diante do Galo, por 3 a 1, em Belo Horizonte, na primeira fase.

- Aquele time se adaptou ao futebol da época, e o de 2011 também. É competência. São equipes que marcam muito bem, compactas na defesa. O Tite e o Nelsinho Batista (técnico na ocasiãoa) são muito preocupados com a parte tática. Isso fortalece o grupo ? afirmou Mauro, atacante da equipe de 90 e atualmente observador do clube.

Em 2011, o Corinthians também caprichou no teste cardíaco de seus torcedores. Os únicos triunfos com tranquilidade vieram na goleada por 5 a 0 sobre o São Paulo, nos 2 a 0 frente ao Fluminense e nos 3 a 0 diante do Atlético-GO, todos no Pacaembu. O drama, porém, predominou. Foram seis viradas, recorde do torneio ao lado do Flamengo. As principais, curiosamente, frente ao Atlético-MG: 3 a 2 (perdia por 2 a 0), em Ipatinga, e 2 a 1, em São Paulo, com o gol salvador vindo dos pés de Adriano (assista ao vídeo).

- É um campeonato muito competitivo. Acredito que as equipes valorizam cada resultado. Claro que se vencêssemos por dois ou três gols sofreríamos menos. Temos de jogar no limite até o último minuto ? disse o lateral-esquerdo Fábio Santos.

O Corinthians, aliás, vem de vitórias apertadas e determinantes na reta final, a última delas por 1 a 0 sobre o Figueirense, em Florianópolis. São quatro resultados positivos consecutivos que colocaram o time a apenas um empate diante do Palmeiras, domingo, às 17h (de Brasília), no Pacaembu, para ser campeão pela quinta vez. Falta pouco, mas quem acredita que será fácil?

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