Desde que assumiu a Seleção Brasileira no final de julho, Tite está invicto, com seis vitórias em jogos das Eliminatórias, marcando 17 gols e sofrendo apenas um, e um triunfo por 1 a 0 sobre a Colômbia em amistoso em homenagem à Chapecoense. Apesar da boa fase e do respeito que o Brasil recuperou após sua chegada, o treinador de 55 anos não pensa em renovar o seu contrato antes da Copa do Mundo de 2018, que será realizada na Rússia.
“Seria mentirosa (uma proposta de renovação antes da Copa), pode esquecer (risos). A renovação sempre está ligada aos resultados. Não gostaria que acontecesse (uma proposta antecipada de extensão contratual). Prefiro esperar o fim do Mundial, porque, aí sim, poderei analisar tudo da melhor maneira possível”, declarou o ex-técnico do Corinthians em entrevista ao jornal português O Jogo.
Assim como não fala em renovar agora seu contrato na Seleção, Tite também evita fazer projeções sobre o que fará depois da Copa da Rússia, deixando claro que suas decisões serão tomadas apenas depois do torneio. O treinador da Seleção ainda revelou que já recebeu uma oferta para ir para a China.
“Admito que não pensei nisso ainda. Quando fui campeão mundial com o Corinthians, em 2012, senti que me habilitei para ser lembrado pela Seleção Brasileira. Consegui, hoje estou na Seleção. Agora, o foco é melhorar e, em seguida, a disputa do Mundial. Se o Brasil for campeão, quero dar um tempo e analisar o rumo da minha carreira. porque é difícil planejar o futebol a longo prazo. Mas uma coisa é certa: atingi o máximo em termos de posição profissional”, afirmou o treinador. “Sim, tive (uma proposta da China). Foi no fim de 2013, logo depois que deixei o Corinthians. Contudo, na época, eu apostava na oportunidade de assumir a Seleção Brasileira. Acreditava que, se fosse para a China, pudesse perder visibilidade”.
Além disso, Tite deu a sua opinião sobre o fato de os técnicos brasileiros não estarem em grandes clubes na Europa. “Mais uma pergunta difícil. Talvez falta de reconhecimento e melhor preparação da nossa parte. A Copa de 2014 mexeu muito com os treinadores brasileiros, a nossa classe foi a grande culpada pelo insucesso”, afirmou. “Depois perceberam que o lado diretivo também tinha culpa, a imprensa, os jogadores . . Precisamos capacitar nossos treinadores cada vez mais, que todos tenham cursos padrão Uefa. Felizmente tenho visto a CBF correr atrás disso. Quero ver treinadores brasileiros na Europa, em Portugal, todos eles em busca de uma formação melhor. Fato é: a língua também é determinante. Não adianta eu, por exemplo, querer trabalhar no futebol inglês. Digo isso porque não vou atingir excelência de trabalho, não posso me enganar. . . A língua é fundamental”, completou.