Um triatleta de 28 anos morreu neste domingo (6) depois de levar um choque em um estande de apoio da prova do Ironman 2014 realizada em Brasília. Responsável pela organização do evento, a Latin Sports informou que Tiago Pereira sofreu uma parada cardíaca após a descarga elétrica e chegou a ser levado ao Hospital de Base, mas não resistiu aos ferimentos. A Polícia Civil fez perícia na estrutura, montada no Pontão do Lago Sul, na manhã desta segunda.
A vítima morava em Caxias do Sul (RS). Segundo o dono da academia onde ele trabalhava como professor de natação, Jovir Demari, o jovem faria aniversário nesta segunda e um mês de casamento na terça.
?Ele era meu irmão. Conheço desde que ele tinha 8 anos. Era um garoto maravilhoso, não tem nem o que falar. O pai dele está em Brasília acompanhando o desenrolar do processo. Está muito difícil?, disse.
Demari
A prova reuniu 1,2 mil triatletas de 16 países na capital federal. A largada começou às 7h. Os atletas tinham como desafio completar, no menor tempo possível, 1,9 quilômetro de natação, 90,1 quilômetros de ciclismo e 21,1 quilômetros de corrida.
A organizadora disse que ainda não tem informações sobre o que causou o acidente. "A Latin Sports lamenta profundamente o incidente com o atleta Tiago Pereira", afirma em nota. "A Latin Sports está prestando toda assistência à família do atleta e acompanhando as autoridades na perícia que irá determinar as causas do incidente."
Investigações
A Secretaria de Saúde informou que Tiago Pereira morreu por volta de 16h deste domingo, por causa de um choque elétrico. Titular da 30ª Delegacia de Polícia, Miguel Lucena disse que a corporação não descarta ainda a possibilidade de o incidente ter sido causado por causa do esforço da prova, que tem cerca de cinco horas de duração.
"Conversamos com uma testemunha que disse ter visto a vítima se debatendo após segurar na estrutura metálica, uma situação típica de quem sofre choque elétrico. Depois teve convulsões", declarou o policial.
Lucena disse que vai investigar se o evento disponibilizou a estrutura adequada para prestar primeiros socorros aos atletas. "Informações preliminares dão conta que não havia estrutura adequada para o evento", afirmou.
"Havia médicos mas não eram contratados do evento. Eles tentaram ajudar. É provável que a demora ou a falta de estrutura tenha contribuído para a morte dele. Talvez não tenha salvado, mas pode ter contribuído", completou o delegado.
Caso fique comprovado que a vítima sofreu descarga elétrica, os responsáveis pelo evento e pela montagem da estrutura podem ser indiciados por homicídio culposo e negligência. O corpo do triatleta está no IML de Brasília. A perícia criminal e a necropsia devem ficar prontos em até 15 dias.