No Rio para Olimpíada, há turistas que fazem valer do bolso cheio e da diferença entre as moedas. Na busca pela privacidade, milionários do petróleo, empresários, celebridades e chefes de estado já montaram seus QGs fora do circuito dos hotéis da cidade. Para ficar longe dos holofotes e perto do luxo, desembolsam até R$ 2 milhões pela temporada esportiva em mansões e coberturas nas zonas Sul e Oeste.
Segundo uma fonte do mercado imobiliário, o imóvel de R$ 2 milhões pela temporada foi alugado por árabe, que não teve a identidade divulgada e não permitiu a divulgação de fotos. Ela fica no bairro do Jardim Botânico na Zona Sul do Rio.
No mesmo bairro ficam imóveis alugados pela comitiva do Catar, que tem mais de 50 pessoas. A comitiva reservou cinco casarões por 20 dias. Só um deles custa cerca de R$ 300 mil, estimam os especialistas. No Joá, uma delegação da Rússia reservou casa com direito a governanta, segurança e carro blindado. O preço? Mais de R$ 50 mil por dia.
A empresária colombiana Juliana Guzman, que comanda a empresa Rio Exclusive, diz que a procura por casas de luxo para aluguel está elevada e acima das expectativas. Ela diz que o fato de o real estar desvalorizado em relação ao dólar e ao euro ajuda a tornar os imóveis mais em conta para os estrangeiros.
"A Olimpíada do Rio já é um sucesso. A procura por estrangeiros aumentou em 50% em relação à Copa do Mundo. Há interessados diversos, de sheiks árabes a celebridades e chefes de estado", diz Juliana, que está animada com os negócios e, por sigilo, não pode revelar o nome dos clientes famosos.
Em Ipanema, Juliana lembra que todos os espaços já estão reservados. O mais barato, por exemplo, saia a R$ 10 mil por dia. “O espaço será ocupado por atletas da Suíça. O bairro no coração da Zona Sul foi procurado por ser uma boa opção de deslocamento dos jogadores durante os jogos e as cerimônias”, explica ela.
A lista de clientes vips inclui ainda executivos de uma multinacional americana em uma casa na Barra da Tijuca com campo de futebol que pode ser usado como heliponto.
"Tive de contratar profissionais de 14 nacionalidades. Ao todo, são 70 contratados de forma direta e 80 terceirizados, como chefs de cozinhas, massagista e até personal trainer, para dar o apoio necessário aos hospedes vips", calcula Juliana.
Mas os pedidos de última esquentam o mercado de imóveis de luxo. O carioca Rafael Dutra, fundador da RioEstate Luxe, afirma que sempre há negócios fechados na última hora.
“O consulado angolano escolheu uma casa na Barra da Tijuca por causa da proximidade das arenas e da Vila Olímpica. Apesar de os condôminos fechados contarem com segurança especial, os visitantes montaram esquema extra de vigilância”, afirma ele, reforçando que diária custa em média R$ 12 mil.