A Rússia surgiu como melhor ataque da Copa do Mundo e possível candidata a surpresa da competição depois de duas rodadas. Entretanto, no terceiro compromisso, o país-sede encontrou um choque de realidade. Mais acostumado a jogos deste nível, o Uruguai controlou os russos desde o primeiro minuto, venceu por 3 a 0 o duelo desta segunda-feira em Samara e terminou como líder do Grupo A do Mundial.
Luis Suárez, Cheryshev (contra) e Edinson Cavani anotaram os gols e transformaram em vitória a melhor atuação uruguaia no torneio. O técnico Óscar Tabárez modificou o desenho do meio-campo – com Bentancur mais adiantado -, optou por um lateral mais ofensivo (Laxalt) e aumentou a aproximação a Suárez e Cavani; os dois jogadores “diferentes” do time, melhores acompanhados, fizeram a diferença.
O resultado positivo deixou o Uruguai com 100% de aproveitamento. Nunca antes do Mundial da Rússia, a seleção celeste terminou com campanha perfeita na fase de grupos, desde a imposição de três confrontos nesta parte da competição. A Rússia, derrotada pela primeira vez após sobrar contra Egito e Arábia Saudita, finalizou a campanha com seis.
Desta forma, o Uruguai aguarda o segundo classificado do grupo B (Espanha, Portugal e Irã disputam duas vagas) para o duelo oitavas de final, marcado para dia 30, em Sochi. Com a segunda colocação, a Rússia vai estrear no mata-mata dia 1º, no Luzhniki, em Moscou, contra quem ficar em segundo na chave de espanhóis, portugueses e iranianos.
Quem foi bem: Laxalt
Tabárez promoveu duas alterações fundamentais para o Uruguai controlar completamente a Rússia. Talvez a que melhor rendeu foi Diego Laxalt, titular na ala esquerda da equipe. O jogador que possui características ofensivas maiores em comparação a Martin Cáceres, deslocado para a direita, participou diretamente do segundo gol (teve o chute desviado por Cherishev) e ainda sofreu a falta que resultou na expulsão de Smolnikov.
Quem foi mal: Smolnikov
O titular, após duas boas atuações, é poupado. Você ganha a chance de ser titular em uma Copa do Mundo, mas desperdiça a oportunidade em apenas 35min. Esta frase anterior resume a participação de Smolnik contra o Uruguai. O lateral direito substituiu o brasileiro Mario Fernandes, sofreu com a marcação e foi expulso ainda no primeiro tempo, após duas duras faltas. Dificilmente deve atuar novamente nesta Copa do Mundo.
Suárez próximo de fazer história
São três jogos de Copa do Mundo, e o Uruguai terá pelo menos mais uma exibição na Rússia. Chance para Luís Suárez escrever o seu nome em mais um recorde pela Celeste Olímpica. Maior artilheiro da história da seleção bicampeã mundial, o centroavante do Barcelona agora pode se tornar o principal goleador do país em Copas do Mundo. Com o gol desta segunda, o camisa 9 chegou a sete, apenas um atrás de Oscar Míguez, membro da equipe do Maracanazzo em 1950.
Choque de realidade
Foram dois “passeios” contra Arábia Saudita e Egito, com direito a um ataque avassalador e de destaque no Mundial. Entretanto, diante do tradicional Uruguai, a Rússia encontrou um choque de realidade. Enfrentando um time melhor armado e muito superior a sauditas e egípcios, os donos da casa não conseguiram apresentar o futebol envolvente das duas jornadas de abertura da competição. De grande chance, apenas o chute de Cheryshev aos 13 min.
Uruguai “mata” o jogo no 1º tempo
Conforto é uma palavra pouco conhecida pelo futebol uruguaio, geralmente acostumado a vitórias duras e apertadas. Nesta disputa direta pela liderança do Grupo A, o time celeste praticamente “matou” o confronto ainda na primeira etapa com os gols de Suárez (10min) e Chershev (contra, aos 23min). A situação evoluiu ainda mais com a expulsão de Smolnikov aos 35min de jogo.
Rússia poupa destaque
Mesmo diante de uma disputa pela liderança da chave, a Rússia escolheu o jogo contra o Uruguai para poupar Golovin, um dos principais destaques do time nos dois primeiros duelos pelo Mundial (Arábia Saudita e Egito). Além dele, o brasileiro Mario Fernandes também começou no banco, mas precisou entrar depois da expulsão de Smolnikov, justamente quem substituiu o brasileiro nesta segunda, ainda na primeira etapa.
Uruguai muda formato do meio campo
É comum o Uruguai passar por pequenos ajustes em sua formação neste tipo de torneio. Tabárez muda peças e testa nomes até encontrar o padrão desejado. Contra a Rússia, o treinador tomou uma medida um pouco mais drástica, mudando o desenho do meio-campo e dando maior liberdade a Rodrigo Bentancur. O jogador da Juventus atuou avançado, reforçado pela trinca de volantes Nández, Vecino e Torreira, e aumentou o volume ofensivo dos sul-americanos ao se aproximar de Cavani e Suárez. Consequentemente, o time cresceu.
Presença de ídolo
Para a partida responsável por definir a posição final do Uruguai no Grupo A da Copa do Mundo, o Uruguai contou com o apoio de um grande ídolo do país nas cadeiras da Arena de Samara. Ex-zagueiro celeste, Diego Lugano, que está na Rússia como um dos embaixadores da Conmebol, esteve no estádio com os filhos Thiago e Nicolás para prestigiar a seleção bicampeã mundial.
FICHA TÉCNICA URUGUAI 3 x 0 RÚSSIA
Local: Arena de Samara, em Samara (Rússia)
Data: 25 de junho de 2018 (segunda-feira)
Horário: 11h (de Brasília).
Árbitro: Malang Diedhiou (Senegal)
Assistentes: Djbril Camara e El Hadji Samba (ambos do Senegal)
Cartões Amarelos: Smolnikov (Rússia)
Cartão Vermelho: Smolnikov (Rússia).
Gols: URUGUAI: Suárez, aos 10min do 1º tempo, Cheryshev (contra), aos 23min do 1º tempo, e Cavani, aos 45min do 2º tempo.
URUGUAI: Muslera; Cáceres, Coates, Godín e Laxalt; Nández (Cristian Rodríguez), Vecino e Torreira; Bentancur (De Arrascaeta); Suárez e Cavani (Goméz). Técnico: Óscar Tabárez
RÚSSIA: Akinfeev; Smolnikov, Kutepov, Ignashevich e Kudriashov; Zobnin e Gazinskii (Kuziaev); Samedov, Al Miranchuk (Smolov) e Cheryshev (Mario Fernandes); Dzyuba. Técnico: Stanislav Cherchesov