As primeiras mudanças no Vasco após acabarem as chances de acesso começaram a acontecer nesta quinta-feira. O diretor Alexandre Pássaro e o técnico Fernando Diniz deixaram o clube nesta quinta-feira e não ficam em 2022. Os dois foram comunicados pelo presidente Jorge Salgado, após o treino desta quinta, no CT do Vasco.
A decisão já estava tomada desde o início da semana, mas a ideia era pela permanência até o fim da Série B. Alexandre Pássaro, inclusive, queria sair após o término da competição. No entanto, devido à enorme pressão por mudanças, Salgado achou melhor antecipar as mudanças para iniciar a reestruturação para 2022.
O executivo foi contratado no início da gestão, em janeiro e foi responsável por comandar a reformulação do departamento de futebol e montar o elenco para Série B. Ele tinha contrato até o dezembro de 2022, mas os pífios resultados do time na temporada e a polêmica entrevista após a derrota para o Botafogo tornaram insustentável a permanência. Apesar do ano desastroso do futebol do Vasco, Pássaro é muito bem avaliado internamente por reformular e modernizar o departamento.
Diniz é comunicado após treino
Fernando Diniz, que chegou ao clube pelas mãos de Alexandre Pássaro, com quem trabalhou no São Paulo, também não ficará. O treinador esteve no CT nesta quinta, comandou o treino, mas foi comunicado da decisão no fim da tarde desta quinta. A informação foi publicada primeiramente pelo canal "Atenção Vascaínos". Ele já não treina o time contra o Vila Nova, na segunda.
Fernando Diniz vai se despedir em coletiva de imprensa, nesta sexta. A entrevista foi um pedido do treinador. No mesmo dia, o presidente Jorge Salgado, que ainda não se manifestou após o clube não conseguir o acesso, fará um pronunciamento por vídeo.
Diniz assumiu o time na 24ª rodada da Série B. Ele teve um bom início, ficou invicto por cinco jogos, mas depois viu o time desandar. O Vasco perdeu os últimos quatro jogos e não tem mais chances de acesso, a três rodadas do fim da competição. Após a derrota para o Vitória, ele disse se sentir envergonhado e se desculpou com a torcida.
O auxiliar Fábio Cortez estará à frente do time nos três jogos finais da Série B. O Vasco apenas cumpre tabela, uma vez que não tem mais chances de acesso e não corre risco de ser rebaixado para Série C.
Pássaro se despede
Em carta de despedida, Alexandre Pássaro afirmou que sua decisão já estava tomada e agradeceu ao presidente Jorge Salgado pela oportunidade.
- Se por um lado tenho a consciência tranquila de quem agiu sempre pensando no melhor para o Vasco, estou extremamente triste e machucado pelo resultado esportivo final. Por esse motivo entendo que a minha saída é melhor para o Vasco, para o Presidente Salgado e para a própria estrutura consolidada. O presidente já sabia da minha decisão e eu gostaria de continuar até o final do campeonato, mas então, hoje, o clube entendeu que era hora de antecipar as decisões de 2022 e assim concordamos. Jorge Salgado, a quem terei gratidão, respeito e admiração intermináveis, é necessário ao Vasco e vai colher todos os frutos que tem plantado, ainda que debaixo de muita chuva e pouco sol - escreveu Pássaro.
Em nota, o Vasco agradeceu pelos serviços do executivo e do técnico Fernando Diniz.
- Nos pouco mais de dez meses em que esteve à frente do Futebol, Pássaro atuou de forma profissional e reestruturou inteiramente o Departamento, estabelecendo processos fundamentais para a modernização e contribuindo para o aumento da saúde financeira do Clube. O Vasco da Gama agradece profundamente todo empenho e dedicação de Alexandre Pássaro e Fernando Diniz ao longo do período em que vestiram a camisa cruzmaltina, com a certeza de que no futuro todos irão reconhecer a importância de ambos no processo de reconstrução do Clube - diz trecho da nota do Vasco.
Mudança na estrutura do futebol
A saída de Alexandre Pássaro vai acelerar a mudança na estrutura do departamento de futebol do Vasco. Além de um novo executivo, o clube busca um vice presidente de futebol e avalia a contratação de um coordenador técnico, para cuidar do campo e bola. A ideia é não centralizar o poder em só uma pessoa, como aconteceu com Alexandre Pássaro.