Vídeo de torcedor fazendo cocô vira protesto contra estádio

Na imagem, o torcedor aparece encostado no mictório, com as calças abaixadas, e sendo surpreendido por um amigo filmando com o celular

Mictório do Mangueirão onde torcedor foi filmado fazendo suas necessidades | Imagem: Reprodução
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O vídeo de um torcedor do Remo fazendo cocô no mictório de um dos banheiros do Mangueirão, em Belém, viralizou nas redes sociais desde o último domingo (24) quando a equipe enfrentou o Paysandu pelo Campeonato Paraense. Gravado por um amigo e compartilhado em um grupo de WhatsApp de familiares, o vídeo acabou vazado e causou constrangimento ao seu protagonista, o sociólogo Felipe Damasceno, que aproveitou a visibilidade para fazer um protesto contra a estrutura do estádio.

Na imagem, o torcedor aparece encostado no mictório, com as calças abaixadas, e sendo surpreendido por um amigo filmando com o celular.

"A opção pelo mictório e não pelo banheiro convencional ocorreu de maneira consciente", escreveu o torcedor em uma nota de esclarecimento sobre o caso. "Quem é frequentador do Mangueirão, sabe muito bem das péssimas condições de higiene, iluminação e dos perigos de se utilizar tais banheiros [...] Portanto, eu não me arrependo nem um pingo do que fiz. E da próxima vez que eu for naquele estádio, vou tentar fazer o mesmo em cima da mesa de sua administração, em protesto ao péssimo tratamento dado ao torcedor."

O estádio, inaugurado em 1978 e reformado em 2002, sofre com problemas de manutenção que levaram inclusive à queda de uma parte do teto em janeiro. Felipe Damasceno conta que nem todos os banheiros masculinos do estádio têm vaso sanitário. "O estádio está abandonado, os banheiros são escuros, as condições higiênicas são péssimas, os vasos estão sempre transbordando de água ou imundície", disse.

Sociólogo Felipe Damasceno resolveu protestar depois de vídeo íntimo vazado Imagem: Arquivo pessoalDe acordo com a Secretaria de Esporte e Lazer do Pará, que administra o Mangueirão, o estádio pode receber até 35 mil torcedores e há 28 banheiros (entre masculinos e femininos) com vasos sanitários disponíveis à torcida, além de 40 pontos de mictório.

Sócio-torcedor do Remo, Felipe tem frequentado bastante o Mangueirão, já que o estádio do clube está interditado desde 2014. "No primeiro jogo do Remo neste ano, fui no banheiro para urinar e notei que ele estava todo alagado e com um cheiro muito forte de fio queimado, de curto-circuito. A qualquer momento vai acontecer uma tragédia maior."

O sociólogo afirmou estar muito constrangido com a circulação de sua imagem nos grupos de WhatsApp, mas disse que perdoou o amigo que o gravou. "Sei que não filmou por maldade. Mas, se eu souber quem vazou, gostaria de processar. Quem fez isso queria me prejudicar conscientemente, por divergência política." Segundo o sociólogo, o grupo de onde o vídeo saiu foi tomado por acaloradas discussões políticas no ano passado, o que teria motivado o vazamento da imagem.

A Secretaria de Esporte e Lazer do Pará rebate o protesto do torcedor, informando que o estádio foi vistoriado e aprovado pela vigilância sanitária e pelo Corpo de Bombeiros em janeiro. "Os banheiros estão todos completos, com vasos sanitários, com papel higiênico, com água. Nem todos os torcedores são conscientes e educados. É difícil controlar cada um deles, mas estamos fazendo uma campanha de reeducação", disse o secretário-adjunto Felipe Borges.

Procurado, o Remo, que tem mandado seus jogos no Mangueirão, não se pronunciou.

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