Por volta das 19h30 da última quarta-feira, um grupo de cerca de 30 torcedores uniformizados do Sport foi avistado correndo nas proximidades do Atacadão dos Presentes, localizado no bairro do Curado, zona Oeste da Região Metropolitana do Recife.
Ao som de gritos captados em vídeo por um torcedor rubro-negro a caminho da Arena de Pernambuco, onde ocorreria o confronto contra o Fortaleza pela Copa do Nordeste - e que terminou em empate -, o grupo expressava sua intenção: "Ó os caras (delegação do Fortaleza), p****, cadê as bombas, c******? Corre não, p****... Cadê as bombas? É os caras, p****. É agora, p****, a hora é essa!".
Logo após, tiros foram ouvidos ao fundo, indicando a presença da Polícia Militar, que escoltava o ônibus do Fortaleza, previamente identificado como alvo da ação da torcida organizada do Sport. Horas mais tarde, após o término do jogo, o ônibus da delegação do Tricolor do Pici, transportando jogadores, comissão técnica e dirigentes, foi alvo de ataques com bombas e pedras ao sair da Arena de Pernambuco.
O presidente do Sport, Yuri Romão, em entrevista ao ge na madrugada desta quinta-feira, classificou o incidente como uma ação premeditada. Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, também alertou para a gravidade da situação, sugerindo que uma tragédia maior poderia ter ocorrido.
Seis atletas do clube foram levados ao hospital, mas a assessoria da equipe cearense tranquilizou ao afirmar que o estado de saúde deles não é motivo de preocupação.
Testemunhas oculares descrevem os momentos que antecederam o ataque como aterrorizantes. Um torcedor que estava presente no local descreve: "Estávamos presos no engarrafamento na BR-232, quando uma escolta passou abrindo caminho para o ônibus da torcida do Fortaleza. De repente, surgiram essas pessoas com pedaços de madeira e pedras enormes indo em direção ao ônibus".