O que afasta o torcedor do estádio de futebol? A empresa Novas Arenas, do consultor Ricardo Araujo, encomendou uma pesquisa para listar os principais motivos. O resultado aponta como principal desafio para dirigentes que pretendam elevar as suas médias de público aquilo que o especialista chama de "grupo do medo" – a combinação de fatores que têm alguma relação com a insegurança envolvida na experiência de assistir a uma partida ao vivo. Com informações do Globo Esporte.
– Entre todos os itens mais citados pelos torcedores, você agrupa e existe uma sinergia entre eles. Você está falando de segurança, dificuldade de transporte – que tem uma parcela de medo dentro dele –, e horário. Você tem o inconveniente do horário muito cedo, que encavala com a hora do rush e a saída do trabalho, mas o que está mais encrustado na questão do horário é sair do estádio e ter que voltar para casa tarde, que impacta principalmente nas mulheres – explica o consultor ao blog.
A insegurança do estádio de futebol foi mencionada por todos os homens, bem como as dificuldades relacionadas ao transporte até o estádio. Em terceiro lugar, mencionado por 92% dos entrevistados, está a facilidade de assistir ao jogo pela televisão. Ricardo esclarece que neste item não estão considerados apenas aqueles que preferem o conforto do sofá, em casa, mas também quem se desloca até um restaurante ou bar para ver, com companhia, pela tevê desses estabelecimentos.
A pesquisa encontrou que o desempenho do time de futebol – ou seja, a fase dentro de campo – importa para 78% dos homens na hora de comprar ingressos. Este é um fator que se manifestou com menor intensidade entre as mulheres, com apenas 32% das entrevistadas relutantes em ir ao estádio para assistir a um time em baixa. Este pode ser um motivo para que dirigentes priorizem o público feminino em campanhas, pois a fidelidade de torcedoras aparenta ser maior.
O preço do ingresso foi o quinto fator mais citado por entrevistados e entrevistadas, de modo que apenas três entre cada dez pessoas disseram que iriam ao estádio sem se importar com o dinheiro. Ricardo contou ao blog que ficou surpreso com os percentuais neste quesito. O especialista esperava, antes de encomendar a pesquisa, que eles seriam maiores do que os efetivamente encontrados pelo trabalho de campo.
Sinal de que a insegurança é um problema mais acentuado entre mulheres, o quarto item mais citado pelas entrevistadas não foi a fase do time, e sim o horário. Dependendo da hora que a partida acaba, geralmente depois das 23 horas, o trajeto para casa em transporte público costuma ser mais perigoso do que homens. Por isso, segundo o consultor em gestão de arenas, existe a diferença entre os gêneros.