Ao bater o Comitê Olímpico Russo por 3 sets a 1, o Brasil garantiu a colocação para as semifinais do vôlei feminino das Olimpíadas em Tóquio na manhã desta quarta-feira (4) e vai encarar a Coreia do Sul na sexta-feira (6) por um lugar na decisão.
O confronto entre Brasil e o Comitê Olímpico Russo foi o último das quartas de final, as meninas do vôlei brasileiro continuam na liderança do grupo A e permanecem invictas. O resultado do placar ficou em: BRA (23) x (25) COR no 1º Set; BRA (25) x (21) COR no 2º Set; BRA (25) x (19) COR no 3º Set; BRA (25) x (22) COR no 4º Set.
Na fase de grupos, nossa seleção conquistou cinco vitórias e avançou sem saber o que é ser derrotada até aqui. O técnico do Brasil, José Roberto Guimarães, analisou as russas e afirmou que a partida foi um confronto difícil, apesar da seleção Russa fazer boas partidas, saques planejados. Macris, mesmo com dor no tornozelo, deu show.
1° set - Instável, Brasil cresce no fim, mas Rússia sai na frente
Quando a bola de Roberta saiu sem tempo para Carol junto à rede antes de cair no lado brasileiro, a Rússia já marcava 3/0 no placar. O time, então, se reuniu ao centro da quadra e se abraçou. A ansiedade por encarar um clássico logo nas quartas de final das Olimpíadas era evidente. Aos poucos, porém, o Brasil começou a se encontrar. Em um ataque de Fernanda Garay pelo meio, a diferença caiu para apenas um ponto, em 8/7.
A Rússia voltou a abrir, e o Brasil voltou a buscar. Quando o placar marcou 12/11, mesmo em vantagem, o técnico Sergio Busato parou o jogo. Funcionou. As russas dispararam mais uma vez e nem o pedido de tempo de Zé Roberto arrumou a casa. As rivais marcaram 15/11 enquanto o Brasil tentava se encontrar em quadra.
2° set - Rosamaria entra e comanda virada no set
Na volta à quadra, o Brasil pareceu mais atento. Tomou a frente pela primeira vez em todo o jogo em uma bela bola de Gabi, abrindo 4/3. O técnico russo, mais uma vez, parou o jogo. E, mais uma vez, disse alguma coisa que mudou o rumo do seu time em quadra. A Rússia logo voltou a tomar a dianteira e fez 7/4 em um ataque de Vonkorova. A diferença aumentou em um ataque de Fê Garay na antena.
Ninguém parecia conseguir parar Fedorovtseva e Goncharova. A jovem russa, de apenas 17 anos, destruía a defesa brasileira até com certa facilidade. Zé, mais uma vez, tentou a inversão. Ao mandar Rosamaria e Macris para a quadra, fez a seleção crescer mais uma vez. Fê Garay, em um bloqueio, diminuiu a diferença para apenas um ponto, em 15/14. Em um ótimo ataque pelo meio, Gabi fez com que a seleção deixasse tudo igual.
3° set - Seleção mantém ritmo e vira o placar
O Brasil manteve o mesmo nível de jogo na volta ao set. A cobertura, que tanto falhara no início, funcionava à perfeição. O bloqueio também passou a funcionar. Ainda que não pontuasse, já não permitia que Fedorovtseva e Goncharova atacassem com tanta facilidade. Em um ataque de Rosamaria, a seleção abriu 8/5.
Carol Gattaz, pelo meio, fez a seleção abrir 12/7 em seu melhor momento até ali. Voronkova, outro destaque das russas, tentou fazer as rivais reagirem. Mas, no bloqueio de Gattaz e Rosamaria, a seleção voltou a abrir 13/9. Mas não podia ser tão fácil. Um ace de Voronkova e um bloqueio de Koroleva fizeram as russas ficarem a um ponto do empate, em 15/14. Zé Roberto, então, parou o jogo. O Brasil retomou o ritmo e não permitiu mais qualquer reação. Na pancada de Rosamaria, o fim do set: 25/19.
4° set - Seleção vira a parcial e vai à semifinal
O início de jogo ficara de vez para trás. Àquela altura, todo o time jogava bem. Gabi, incansável na cobertura, e Carol Gattaz, em seu melhor jogo, davam suporte e ritmo à equipe. Do outro lado, porém, a Rússia quis reagir. Em uma sequência ruim do lado brasileiro, chegou à virada em 16/15. Fedorovtseva, em um ace, aumentou a vantagem. Zé Roberto, então, voltou a parar o jogo. O time reagiu. Voltou a ditar o ritmo para retomar a dianteira na reta final. Em 25/22, garantiu a vitória e a vaga na semifinal.
Melhor campanha
Em Tóquio-2020 o Brasil, na primeira partida da fase de classificação, a seleção bateu a Coreia do Sul por 3 a 0. O segundo jogo foi o mais complicado, mas ainda assim a seleção prevaleceu e venceu a República Dominicana por 3 a 2. A terceira partida foi contra o Japão e terminou em novo 3 a 0.
Depois, contra a Sérvia, as brasileiras prevaleceram e saíram com a vitória por 3 a 1. A última partida foi contra o Quênia, que não ofereceu resistência e foi derrotado por 3 a 0.
Reencontro em 2012
O duelo Brasil x Rússia também aconteceu nas quartas de final de Londres-2012. O jogo é considerado um dos maiores da história do esporte. A seleção brasileira venceu por 3 a 2.