Zidane defende derrota de 7 a 1 do Brasil: “Os brasileiros são os melhores”

A competição, realizada há 14 anos, reúne 32 times de diferentes países, representando as cores de suas nações.

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Aos 10 anos de idade, Zinedine Zidane ainda não sabia o que seria da vida, mas já tinha o desejo de se tornar jogador de futebol. Foi com essa idade, nas brincadeiras pelas ruas do bairro La Castellane, em Marselha, que ele criou seu mais famoso drible, quando gira 360° sem perder o controle da bola, para uma plateia que talvez não soubesse o quão privilegiada era naquela época.

- Era uma brincadeira entre amigos. Cada um inventava um drible e os outros tinham que imitar. Esse acabou ficando como o meu - lembra o ex-jogador francês, que atualmente ocupa o cargo de treinador do time B do Real Madrid, embora suspenso no momento por exercer a função sem uma licença necessária na Espanha.

Zizou não viajou muito nem pela França até os 14 anos, quando saiu do país pela primeira vez, para disputar um torneio na Irlanda, pelas categorias de base da seleção francesa. A partir daí, começou a rodar, virou ídolo em sua terra, na Itália, na Espanha e no mundo. Criado por diversas culturas diferentes, ele acredita que só é o que é hoje pelo que aprendeu em suas viagens. Atualmente ele compartilha essa experiência com garotos do de todo o planeta, como embaixador da Copa das Nações, disputada por crianças entre 10 a 12 anos, mesma idade que ele tinha quando inventou seu movimento mais famoso.

A competição, realizada há 14 anos, reúne 32 times de diferentes países, representando as cores de suas nações. A equipe sub-12 do Cruzeiro vai entrar em campo pelo Brasil.  Neste ano, a final mundial será em São Paulo, dia 16 de novembro, na Arena Corinthians, palco da última Copa do Mundo. Zidane tem feito o trabalho de "conselheiro" dos garotos que vão disputar o torneio e ressalta o valor de uma experiência que ele mesmo não teve, e revela um pouco de inveja.

- Nesta idade eu não estava fazendo nada, gostaria de ter vivido algo assim. É legal ver um garoto do Japão, por exemplo, que às vezes nunca saiu de sua cidade, conhecer um mundo novo. E saber que ele vai se entender com os outros. Quando dois países estão em campo, não falam a mesma língua, mas a bola é suficiente. Isso é fantástico para eles.

Mais do que apenas viajar, sair de casa, a lenda francesa faz questão de ressaltar um ponto que acha fundamental na competição deste ano: o fato de as crianças dos 31 outros países visitarem o Brasil. Apesar dos 7 a 1 contra a Alemanha na Copa, o momento de desconfiança com a Seleção, para Zizou, não apagam a estrela dos brasileiros no esporte.

- Os ingleses inventaram o futebol, mas os brasileiros o fizeram ser o que é hoje - afirma.

Ao contrário do que possa parecer, principalmente pelos dois jogos espetaculares de Zidane contra o Brasil nas Copas de 1998 e 2006, quando bateu a equipe canarinho na final e nas quartas respectivamente, o ex-jogador é apaixonado pelo país, e acredita que esta admiração era seu principal combustível para fazer belas apresentações contra os brasileiros.

- Você não tem nada a perder quando joga contra o Brasil e isso ajuda a fazer grandes partidas. Os brasileiros são os melhores e sinto que tenho muito respeito deles. São sempre carinhosos comigo. Poderiam me tratar diferente por estes dois jogos, mas cada vez que vou ao país me tratam melhor, são muito simpáticos - conta Zidane.

Na Copa das Nações, no entanto, Zizou não terá preferência. Nem pela França, seu país, Espanha, onde vive, ou Brasil, que admira. Até porque, Zidane faz questão de ressaltar que o importante na competição não é quem vai vencer, mas o que é possível aprender. No entanto, ele promete estar de olho nos destaques, já que deste mesmo torneio já surgiram jogadores como o corintiano Fágner, e os irmãos mexicanos Giovanni e Jonathan dos Santos.

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