Indígena é brutalmente assassinada pelo companheiro após o fim de relacionamento

O casal vivia um relacionamento conturbado desde 2014, marcado por agressões físicas, sendo que Wendel já havia sido autuado por lesão corporal contra ela

Joanilde Paulino Guajajara foi assassinada com um golpe de faca | Reprodução
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Joanilde Rodrigues Paulino Guajajara, uma indígena de 33 anos, foi brutalmente assassinada a facadas pelo marido, Wendel Silva Machado, na cidade de Amarante do Maranhão. Uma semana antes do crime, Joanilde, que é mãe de quatro filhas, havia fugido para a casa de seus pais em uma aldeia, temendo pela própria vida após ser ameaçada por Wendel.

autuado por lesão corporal

O casal vivia um relacionamento conturbado desde 2014, marcado por agressões físicas, sendo que Wendel já havia sido autuado por lesão corporal contra ela. O corpo de Joanilde foi encontrado pelo pai dela, com as mãos amarradas para trás com fita adesiva e várias marcas de facada. 

invadiu a casa dos pais das vítimas

Dois dias antes do assassinato, Wendel tentou retirar Joanilde à força da casa dos sogros, mas foi impedido por populares. No dia 21 de agosto, ao retornar para sua casa no bairro Industrial, Joanilde foi surpreendida por Wendel, que amarrou suas filhas do lado de fora da residência, imobilizou a esposa e a esfaqueou repetidamente. Os pais do casal, ao chegarem ao local, encontraram Joanilde já sem vida, enquanto Wendel fugia.

Após o crime, Wendel fugiu e estava em fuga até o último dia 22 de agosto, se abrigando em diferentes locais. Ele chegou a roubar uma moto, e foi capturado no povoado Piripiri, entre as cidades de Amarante e Grajaú. Durante a captura, tentou escapar do cerco policial, mas foi baleado no calcanhar e preso.

No momento da prisão, Wendel Machado reagiu a abordagem policial e acabou sendo baleado no calcanhar esquerdo (Foto: Divulgação)

histório de violência

A polícia também apreendeu as facas utilizadas no feminicídio, armas de fogo na casa de Wendel, e o veículo que ele usou para fugir. Além dos crimes contra Joanilde, Wendel é acusado de outro feminicídio ocorrido em 2021 em Imperatriz, quando foi preso, mas foi liberado em liberdade condicional, sem ter sido julgado pelo crime.

Joanilde Paulino Guajajara foi assassinada com um golpe de faca (Foto: Reprodução)

ministra dos povos indígenas lamentou a morte de Joanilde


A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, manifestou-se sobre o feminicídio de Joanilde. Em suas redes sociais, Sônia expressou "profunda tristeza e revolta" com o crime, ressaltando a insegurança das mulheres, mesmo em suas próprias casas. Ela destacou que Joanilde é mais uma vítima do feminicídio no Brasil, lamentando a cultura machista que diariamente ameaça e tira vidas de mulheres no país.

Leia a manifestação da ministra sobre o caso

Mais uma vítima de feminicídio! Recebi com profunda tristeza e revolta a notícia sobre o assassinato brutal de Joanilda Guajajara do meu Território Indígena Arariboia pelo seu marido em Amarante (MA).

Quando falamos que mulheres não estão seguras sequer em sua própria casa, é sobre isso. Joanilda foi morta em sua residência, lugar que deveria ser um espaço seguro para ela e para todas as mulheres.

Joenilda, jovem mulher indígena, mãe, técnica de enfermagem é mais uma vítima do feminicídio em nosso país. Não podemos aceitar que situações como essa continuem acontecendo, que mulheres percam suas vidas dia após dia em uma cultura machista que viola nossos corpos e nos violenta diariamente.

Meus sinceros sentimentos a toda a família, que além de parentes, são meus amigos e toda a solidariedade aos amigos e amigas de Joenilda. Desejo muita força nesse momento tão difícil e que a justiça seja feita.


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