Essa é uma daquelas histórias que enchem o coração de esperança. A “menina professora”, que viralizou nas redes sociais por dar aulas para 23 crianças, que assim como ela, não tiveram muitas oportunidades na vida, recebeu a visita da equipe da Casa Meio Norte, referência no ensino municipal de Teresina com altos índices no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A pequena Erika, de 12 anos, encanta o país com inteligência, ousadia e simplicidade. Em meio às dificuldades da vida, ela mostra que a educação é a chave para abrir as portas das oportunidades. “Toda criança tem o direito de estudar e de brincar. E mesmo que você tenha um papel de adulto, saiba que você nunca deixará de ser criança”, diz a pequena em um dos vídeos.
A família da menina sobrevive do lixo. E foi dele que a pequena construiu uma escola. Com carteiras, livros e cadernos achados no lixo, ela aprendeu e multiplicou aos coleguinhas que viraram seus alunos. “Eu via muitas crianças correndo no sol quente, sem ter uma leitura ou apoio. Então fique com medo deles não estudarem e não saírem dessa vida. Então uma escolinha limpa e ventilada mostra que o sonho não é impossível”, revela à reportagem do Grupo Meio Norte.
A visita da comitiva da Casa Meio Norte, que alavanca o potencial de alfabetização das crianças através do Projeto Borboleta, que hoje abrange 10 municípios do Piauí a partir da iniciativa da escola, foi motivada pela esperança que Érika transborda em suas produções. A ideia é dar todo o apoio pedagógico para que ela continue com a escolinha que construiu. “Eu sempre tive o sonho da Erika, de ser professora. Então ser professora na Casa Meio Norte permitiu que várias crianças como ela podem alcançar o sonho que quiserem. O sonho da Erika foi meu, da professora Teresa, da professora Osana. Hoje somos apaixonadas pela escola pública”, revela Ruthnéia Lima, diretora da instituição.
O trabalho de Erika começou no auge da pandemia e chamou a atenção da Prefeitura Municipal de Coelho Neto, que prometeu reconstruir a casa da menina, que estava era de taipa e estava próxima de desabar. “Vamos orientar a Erika e estar junto com ela com os materiais escolares. Vamos trazer para ela uma notebook para ela estudar, pesquisar e se aperfeiçoar. Ela é fruto da escola pública, a Escola São Benedito. Ela é possível. É capaz de despertar talentos. O mundo ainda tem jeito. Mesmo em uma pandemia, a extrema pobreza não vai superar a educação”, finaliza Ruthnéia.
Com colaboração da jornalista Solange Souza