Veja como os presos recebiam drogas de advogados no Maranhão

Os advogados Maysa Chrislayne de Assis Sousa Silva e Jonas José Rocha Rodrigues foram presos na manhã desta sexta-feira (13), em Timon (MA).

Jonas José Rocha Rodrigues e Maysa Chrislayne de Assis Sousa Silva | FOTO: Reprodução/Redes Sociais
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Os advogados Maysa Chrislayne de Assis Sousa Silva e Jonas José Rocha Rodrigues, presos na manhã desta sexta-feira (13), em Timon (MA), eram vinculados ao Bonde dos 40 e usados como “pombos-correio”. Eles levavam drogas para os detentos e retornavam com cartas para os faccionados que estavam fora do sistema prisional. A dinâmica do esquema foi detalhada pelo delegado Ricardo Herlon e pelos promotores de Justiça Fernando Berniz e Francisco Fernando ao MeioNews.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA?

As investigações tiveram início em fevereiro de 2024. Os advogados transportavam as drogas escondidas nos calçados, conseguindo assim ingressar nos presídios sem serem detectados. Durante as visitas, os suspeitos entregavam os entorpecentes aos detentos, que os engoliam e, horas depois, os regurgitavam para, em seguida, comercializá-los entre os demais presos.

“A ação deles (dos advogados) consistia especialmente em prestar contas e também fazer cobranças fora das atividades prisionais para a facção. Havia preso lá dentro da unidade que dizia para o advogado para eles se dirigissem as bocas, biqueiras,  fizesse recolhimentos e, além disso, trouxessem substâncias drogas para dentro prisional. Outra questão a se ressaltar é que durante os atendimentos por videoconferência, os advogados utilizavam o espaço das  suas residências e enquanto se comunicavam com o constituinte, (os advogados) traziam um dois ou três faccionados para aproveitar aquele instante”, explicou o promotor do Ministério Público do Maranhão, Francisco Fernando.

Da esquerda à direita: delegado Ricardo Herlon e os promotores Fernando Berniz e Francisco Fernando | FOTO: Saymon Lima

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OS ADVOGADOS ERAM USADOS COMO POMBOS-CORREIO

As autoridades acrescentaram também que Maysa e Jonas levavam cartas de faccionados para os presos, e vice-versa. Durante cumprimentos de mandados de busca e apreensão, foram encontradas várias cartas de membros do Bonde dos 40 na casa de um dos advogados que continham “salves, informes, solicitações, notificações”, segundo o promotor Fernando Berniz.

Jonas José Rocha Rodrigues e Maysa Chrislayne de Assis Sousa Silva | FOTO: Redes Sociais

O QUE DIZ A POLÍCIA?

As investigações, realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão, continuarão a fim de identificar outros possíveis advogados envolvidos. O delegado Ricardo Herlon enfatizou que “não há outra saída para o estado a não ser atuar e combater esse tipo de convívio criminosa”. 

“O estado não pode admitir que esse tipo de delito aconteça dentro de uma unidade prisional, onde já estão indivíduos que foram retirados de circulação por algum motivo. Então a gente se depara com esse tipo de situação [...] e são condutas que extrapolam a relação cliente-advogado”, acrescentou o delegado. 

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