Mascarados não poderão entrar na missa do Papa em Guaratiba, Rio

General do Exército afirma que local não é adequado para “atitudes hostis”.

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O general do Exército José Alberto da Costa Abreu disse nesta quinta-feira (18) que todas as áreas serão cobertas na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e que pessoas mascaradas ou com os rostos cobertos serão impedidas de entrar no Campo da Fé, em Guaratiba, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia em que o Papa Francisco vai celebrar uma missa no local.

"Os mascarados serão impedidos de entrar. Não é um espaço, lá em Guaratiba, para que um elemento em atitude hostil, utilizando uma máscara, possa entrar. Não vamos permitir que isso aconteça", afirmou o general.

Costa Abreu detalhou o esquema de segurança da visita do Papa ao Brasil em uma coletiva de imprensa no Forte de Copacabana, na Zona Sul. Foram apresentadas as ações de apoio do governo federal à JMJ, que tem início na terça-feira (23).

Em diversas manifestações ocorridas no Rio de Janeiro e em outras capitais brasileiras desde junho, pessoas cobrindo o rosto foram vistas nas ruas, parte delas responsáveis por atos de vandalismo em meio a protestos pacíficos. Em muitos casos, eles são influenciados pela "Black Bloc", estratégia de manifestação que se autodenomina anarquista e prega a desobediência civil nas redes sociais (saiba mais sobre a tática).

Na noite de quarta (17), uma manifestação na Zona Sul do Rio de Janeiro, próximo à casa do governador Sérgio Cabral, que ocorreu pacificamente na maior parte do tempo, terminou em confronto e atos de vandalismo nos bairros Leblon e Ipanema. Imagens do Bom Dia Brasil mostram atos de vandalismo. Agências bancárias e caixas eletrônicos foram atacados, lojas foram saqueadas e fogueiras foram feitas com lixo e papel. O Batalhão de Choque da Polícia Militar utilizou dezenas de bombas de gás para dispersar o protesto.

Hoje cedo, Cabral convocou uma reunião de emergência no Palácio Guanabara para discutir a atuação das forças de segurança nas manifestações. Depois do encontro, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que "não há um manual" de segurança de como atuar em situações de "turba ou confusão" (veja trechos da entrevista das autoridades no vídeo ao lado).

"Existem protocolos e maneiras de você atuar dentro de manifestações planejadas. Não há um protocolo no mundo para se atuar em turba ou confusão", disse o secretário (assista à reportagem do Bom Dia Brasil no vídeo ao lado com imagens exclusivas de atos de vandalismo, saques e depredações).

O comandante da Polícia Militar, coronel Erir Costa Ribeiro, afirmou que "é impossível" não usar munições menos letais durante os protestos. "O gás lacrimogêneo, que todo mundo reclama, é o menos letal. O gás é para dispersar os vândalos. E falam para nós não usarmos o gás. E nossa ação não deu certo. Esse pacto, que foi feito com as autoridades, não deu certo."

Costa Ribeiro disse que a polícia não está tendo apoio da imprensa, que "todos devem ter responsabilidade" e que "a responsabilidade da mídia é muito grande". Ele ainda afirmou que os profissionais de imprensa descaracterizados dificultam saber quem é jornalista. "Você sabe quem é o policial militar, eu estou identificado. Mas hoje a própria mídia não está identificada. É novo, e esse novo, todo mundo precisa aprender."

Papamóvel sem blindagem

Para o general José Alberto da Costa Abreu, a dispensa do Papa pelo uso de blindagem no papamóvel não inviabilizará a segurança do pontífice. "Claro que o Papa não vir com veículo blindado é uma preocupação. Mas é uma escolha pessoal dele. Ele prefere utilizar o Papa móvel aberto, não gosta de se deslocar de helicóptero pela cidade. Se fosse tudo blindado seria mais cômodo para nós. Nossa missão é bem clara, garantir a realização do evento e a segurança do Papa", afirmou.

Segundo ele, o efetivo coordenado diretamente pela Coordenadoria de Defesa Área do Rio de Janeiro para a "Operação Papa" é de cerca de 13.700 homens, sendo 10.200 das Forças Armadas, 1.300 homens da Força Nacional de Segurança, além de agentes e policiais dos Órgãos de Segurança e Ordem Pública.

Revista em quem subir ao palco

Segundo o general Costa Abreu, o Exército atuará aquartelado, até que se necessite que esteja na rua. "É um efetivo suficiente. Como teremos a presidente da República, teremos também sobre nossa coordenação o efetivo de Segurança Pública e Forças Armadas", afirmou.

Ele informou que cerca de 1.200 homens vão atuar na segurança do Campo da Fé, local onde é esperado o maior público da Jornada. "Dentro da área do altar haverá 400 homens. No Campo da Fé serão 800 militares: 300 de segurança pública, mais 100 homens do Batalhão de Guarda. Cerca de 1.200 homens estarão ao longo das ruas", disse.

"As pessoas não serão revistadas, mas teremos alguns dispositivos e pessoas especializadas em analisar bagagens e objetos e comportamentos específicos. Como regra geral, os peregrinos como um todo não serão revistados. Mas todos que acessarem o palco, serão revistados", explicou o contra-almirante Paulo Martino Zuccaro.

De acordo com o general José Alberto da Costa Abreu, a Coordenadoria de Defesa Área do Rio de Janeiro (CDA/RJ) tem poder de polícia na área de Guaratiba, nas estruturas estratégicas e em Aparecida (SP), que vai receber a visita do papa no dia 24 de julho. Ainda segundo ele, a CDA/RJ coordenará a atuaçao dos órgãos policiais na presença da presidente Dilma.

Copacabana é área mais complexa

No planejamento de segurança adotado pela Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos, vinculada ao Ministério da Justiça, Copacabana é considerada a área mais complexa, já que o bairro deve receber cerca de dois milhões de pessoas na Via Sacra, que será realizada no dia 26 e terá a presença do Papa Francisco. Mais de dez mil agentes, entre policiais federais, rodoviários federais, civis, bombeiros, trânsito e defesa civil vão atuar no esquema.

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