11 de setembro de 2001. O mundo assiste atônito à queda das torres gêmeas do World Trade Center, em
Nova York. Ao mesmo tempo,no Piauí, um vaqueiro de 43 anos vindo do interior do Maranhão começava a fazer o caminho inverso ao das enormes torres ? ele começava a se reerguer. Tinha início a recuperação da primeira cirurgia de transplante cardíaco realizada no Estado, dando uma nova vida para José Francisco Vieira da Silva.
O vaqueiro maranhense foi salvo graças a um gesto de solidariedade, que poderia acontecer em maior número para salvar mais vidas. Esse é o ponto destacado pelo cirurgião Antônio Dib Tajra Filho, que há dez anos fez parte da equipe que salvou a vida de José Francisco Vieira. Desde a cirurgia pioneira
no estado, foram realizados 17 transplantes cardíacos, inclusive em pacientes de outros estados, dentre vaqueiros, técnicos de televisão, comerciantes, mães de família, estudantes, comerciários e agricultores.
Muitos outros poderiam ser beneficiados se a doação acontecesse de uma forma mais abrangente no Piauí e no Brasil como um todo. ?A população precisa ter uma cultura diferente no que
diz respeito à doação de órgãos. O ato de doar pode beneficiar não só pacientes cardiopatas, mas também pessoas com problemas renais, oftalmológicos e portadores de doenças hepáticas. O problema é que existe uma resistência muito grande das pessoas, e isso se traduz no maior empecilho para
a realização de mais transplantes?, disse o médico.
Para que seja possível a doação de um coração, há a necessidade de uma compatibilidade sanguínea, de peso e de altura. Atualmente, o Dr. Dib monitora constantemente uma fila de espera de quatro pessoas que aguardam a oportunidade de receber o órgão. Hoje, Dib Filho orgulhase ao ver que José Francisco
leva uma vida sem sustos, e comemora os resultados de um trabalho minucioso e persistente. ?Foi uma realização para nós ver o quanto ele melhorou em tão pouco tempo após a cirurgia, ficando próximo de levar uma vida completamente normal.
Os dados internacionais sugerem que a média de sobrevida de cinco anos póstransplante é de 60%, e nós
estamos dentro dessa média?, afirmou o médico.
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