Estudos de georreferenciamento realizados por técnicos especializados apontam que, assim como ocorreu na década de 1980, em caso de uma enchente, o dique localizado na avenida Boa Esperança, na zona Norte de Teresina, pode vir a romper. Márcio Sampaio, diretor-geral do Programa Lagoas do Norte, reforça que atualmente não há nenhum tipo de vazamento no dique, mas que por medida de precaução é necessário realizar reparos emergenciais para garantir tanto o funcionamento do dique, quanto a segurança da população.
Os diques são responsáveis pela limitação entre os Rios Poti e Parnaíba e evitam alagamentos na região Norte da capital. Caso o dique venha a romper nos próximos invernos, pelo menos treze bairros da região Norte seriam atingidos diretamente pela força da água. Na região, moram aproximadamente 250 mil pessoas.
“Primeiro, queremos deixar bem claro que nós não temos notificação de nenhum órgão de um rompimento imediato e queremos deixar a população despreocupada de que não há nenhum vazamento ou risco de desabamento pelos próximos dias. A preocupação existe dentro da requalificação daquela área. Contratou-se profissionais para estudar a estrutura do dique e no relatório ficou bem claro que o dique precisa de uma reformulação, uma vez que, em caso de uma forte chuva, as estruturas podem vir a romper. Esse é o alerta e é necessário de um alteamento e restruturação imediata”, esclarece Márcio Sampaio.
Ainda de acordo com o diretor, os técnicos do Programa Lagoas do Norte e os consultores do Banco Mundial têm se unido para aprovar um termo de referência até o fim de janeiro, para contratação de uma empresa que fará um levantamento dos diques do Poti e Parnaíba e montará um plano de engenharia para indicar quais os passos para a reestruturação do dique e reassentamento das famílias que sejam totalmente atingidas no caso de um possível rompimento.
“O dique que envolve toda a região do Mocambinho não necessita de restruturação, mas o da Avenida Boa Esperança, se houver uma enchente ou alguma invasão, todos os bairros daquela região podem ser atingidos, por isso surge a possibilidade de desapropriação da área para garantir a segurança da população que reside na região”, acrescentou.
A previsão é de que o plano de engenharia esteja pronto até o fim de 2019 para reestruturação e alteamento na cota de coroamento do dique para, justamente, impedir que a força das águas, em caso de uma forte enxurrada, atinja as residências. “Tudo que estamos fazendo está sendo acompanhando pelo Ministério Público Estadual e cumprindo todas os acordos fechados em reunião, para a elaboração do projeto de engenharia de reparo do dique, solucionando o problema e garantindo segurança aos moradores da zona Norte”, pontuou.