O pintor pós-impressionista holandês Vicent Van Gogh foi diagnosticado como provável portador do transtorno bipolar. O problema atinge muitas pessoas no mundo é algo que precisa ser discutido.
Até para combater o preconceito, principalmente, com os portadores da doença, e levar informação à população em geral, quebrando tabus, pois a desinformação é uma das barreiras enfrentada pelos pacientes, familiares e profissionais da saúde.
“O transtorno bipolar tem um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares”, diz a psiquiatra Aline Valente Chaves e membro da comissão científica da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA).
Entre as características do transtorno bipolar temos alterações bruscas do humor que afetam a habilidade da pessoa de lidar com as tarefas do dia a dia, e interferem significativamente nas relações interpessoais e na qualidade de vida dos indivíduos.
Os sintomas costumam vir acompanhados com frequência de alteração de sono, do apetite, alterações do ânimo a alterações do pensamento, tais como extremo pessimismo e ideias suicidas na depressão e de ideias de grandiosidade e poder nos estados maníacos”, explica a psiquiatra.
A doença é identificada pelas fases mais leve e de mania moderada ou grave e os estados mistos, onde há uma mescla de sintomas das ordens.
O transtorno bipolar pode se manifestar em qualquer idade e o diagnóstico é capaz de ser desafiador, pois, muitas vezes, é confundido com outras doenças. Há pessoas que apresentam sintomas como ansiedade, distúrbios de atenção e comportamentais, como déficit de atenção e hiperatividade, e até mesmo mudanças constantes de humor, mas não desenvolvem bipolaridade.
Causas de incapacidade
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno afetivo bipolar atinge atualmente cerca de 140 milhões de pessoas no mundo e é considerada uma das principais causas de incapacidade.
A psiquiatra ressalta que a doença não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado que inclui o uso medicamentos, psicoterapia, principalmente a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) e mudanças no estilo de vida, tais como, o fim do consumo de substâncias psicoativas, como a cafeína, álcool e de outras drogas em geral.
Adquirir novos hábitos também colaboram com o controle do quadro como manter uma rotina de alimentação saudável e de sono regulado; praticar atividades físicas que podem ser leves, como caminhadas e natação, e qualquer atividade que contribua para a diminuição dos níveis de estresse.
É importante destacar, que buscar orientação médica diante de qualquer sintoma é a maneira mais correta para diagnosticar corretamente a doença, assim como realizar os tratamentos adequados, resultando na melhora da qualidade de vida ao paciente e familiares.