19 dias após invasão, Instituto Royal é fechado em São Roque

Informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da empresa. Cães usados em testes na unidade foram levados por ativistas.

Ativistas levaram todos os cães do laboratório em outubro | Edison Temoteo/ Futura Press/ Estadão Conteúdo
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O Instituto Royal encerrou suas atividades em São Roque (SP). A informação foi divulgada em comunicado enviado nesta quarta-feira (6) pela assessoria de imprensa do laboratório. "Em assembleia geral extraordinária realizada entre seus associados, o Instituto Royal, por meio de seu Conselho Diretor, vem a público informar a decisão de interromper definitivamente as atividades de pesquisa em animais, realizadas em seu laboratório de São Roque", diz a nota.

O laboratório foi invadido por um grupo de ativistas na madrugada do dia 18 de outubro. Do local, foram levados todos os cachorros da raça beagle e alguns coelhos que eram usados em testes. Os ativistas acusam a empresa de maus-tratos aos animais, o que o Instituto Royal nega.

A ação dos ativistas suscitou debates sobre o uso de animais em todo o país.

No comunicado à imprensa, o laboratório relaciona o encerramento das atividades às "elevadas e irreparáveis perdas" que sofreu com a ação dos ativistas, o que significou "a perda de quase todo o plantel de animais e de aproximadamente uma década de pesquisas". A empresa também atribui a decisão à crise na segurança, que coloca "em risco permanente a integridade física e moral de seus colaboradores".

O comunicado informa que a decisão de encerrar as atividades não afeta a unidade Genotox, que tem sede em Porto Alegre.

Segundo o laboratório, os funcionários já foram comunicados sobre o desligamento. O laboratório empregava 85 pessoas, entre médicos veterinários, farmacêuticos, biólogos e biomédicos.

Criado em 2005, o Instituto Royal é uma organização de sociedade civil de interesse público (Oscip) e está regularmente credenciado junto ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), responsável por regulamentar o uso de animais em pesquisas no país.

"O prejuízo causado ao Instituto Royal não é mensurável. Mas é certo que o Brasil inteiro perde muito com este episódio, lamentavelmente", conclui a nota

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