5 mortos em incêndio no CT do Flamengo serão sepultados hoje

Últimas vítimas foram identificadas neste domingo (10), quando outros 5 garotos foram enterrados. Tragédia na sexta-feira (8) deixou 10 mortos no Ninho do Urubu.

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Serão sepultados nesta segunda-feira (11) os corpos dos últimos 5 mortos do incêndio que atingiu o Centro de Treinamento do Flamengo na última sexta-feira (8). Samuel Thomas de Souza Rosa, de 15 anos, vai ser enterrado durante a tarde no Cemitério de Vila Rosali, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Os corpos dele e de Jorge Eduardo Pereira dos Santos foram os últimos a serem identificados e liberados pelo Instituto Médico Legal. Neste domingo (10), 5 atletas foram enterrados sob forte comoção.

Quem são os 10 garotos mortos no incêndio do CT do Flamengo — Foto: Roberta Jaworski/Arte G1

Veja onde os garotos serão sepultados hoje:

  • Jorge Eduardo Santos será levado para Além Paraíba, na Zona da Mata de MG;
  • Athila Souza Paixão será enterrado em Lagarto, em Sergipe;
  • No interior de São Paulo serão sepultados Rykelmo de Souza Viana, em Limeira, e Gedson dos Santos, em Itararé.

Reunião entre autoridades

Ainda nesta segunda-feira, será realizada uma reunião na sede do do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) para buscar soluções imediatas relativas às famílias das vítimas e a regularização das instalações do clube.

Samuel Thomas foi uma das vítimas do incêndio no CT do Flamengo — Foto: Reprodução


Participarão da reunião integrantes do MPRJ, da Defensoria Publica, da Secretaria de Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da Prefeitura do Rio. A diretoria do Clube de Regatas do Flamengo também foi convidada e confirmou presença.

Os 10 jogadores mortos são Christian Esmério, 15 anos; Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos; Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos; Bernardo Pisetta, 15 anos; Vitor Isaias, 15 anos; Samuel Thomas Rosa, 15 anos; Athila Paixão, 14 anos; Jorge Eduardo, 15 anos; Gedson Santos, 14 anos; e Rykelmo Viana, 16 anos.

Entre os feridos estão Cauan Emanuel, de 14 anos, Francisco Dyogo, de 15 anos, e Jhonata Ventura da Cruz, que está internado em estado grave.

O incêndio ocorreu no fim da madrugada de sexta-feira (8), em uma parte do Ninho do Urubu que servia de alojamento para as categorias de base do Flamengo. No momento do acidente, 26 pessoas estavam no alojamento: 10 jogadores morreram, três ficaram feridos e outras 13 pessoas conseguiram se salvar sem ferimentos.

Sobreviventes

O Fantástico entrevistou Cauan Emanuel, de 14 anos, um dos três sobreviventes do incêndio no Ninho do Urubu que tiveram que ser hospitalizados. Ele contou qual foi sua reação ao saber que o alojamento pegava fogo.

"Eu estava dormindo aí escutei um barulho, mas eu deixei passar... eu pensava que eram os meninos brincando ou alguma coisa", contou.

"O Johnatan [Ventura] e o [Francisco] Dyogo estavam desesperados, aí tentaram sair pela porta principal, só que já estava com cheiro de fumaça, estava quente. Na hora em que eles abriram a porta eu senti o calor na minha cara e aí eu acordei. Aí perguntei ao Diogo e ao Francisco o que estava acontecendo. Aí ele: mano, a gente vai morrer. O ar condicionado está pegando fogo. Se pegar no gás vai explodir"; lembrou.

Cauan contou que pediu calma aos amigos e começou a quebrar a janela. Um monitor ajudou e os três conseguiram sair do quarto, mesmo feridos. Outros dois atletas não acordaram e acabaram morrendo. "Acho que eles já estavam desmaiados com tanta fumaça", diz Cauan, acrescentando que ainda tentou chamar um dos companheiros, Áthila, mas ele não acordou, assim como Vitor Isaías.

Cauan teve alta da CTI e foi transferido para um quarto do Hospital Vitória neste domingo. O goleiro Francisco Dyogo, que está na mesma unidade, se recupera de maneira mais devagar e segue um tratamento de fisioterapia respiratória no CTI.

'Gambiarras'

Os repórteres Sônia Bridi e Paulo Zero, do Fantástico, tiveram acesso aos 13 depoimentos prestados pelos sobreviventes e refizeram a trilha de decisões equivocadas que partiram ao meio famílias e projetos de vida. Um dos sobreviventes relata 'gambiarra' em aparelho de ar-condicionado. O monitor que cuidava dos meninos diz que ouviu explosão e que já encontrou contêiner em chamas. 

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